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PS: Portugal precisa de estadistas acima das querelas e jogos de poder

florindo

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O ex-candidato presidencial Manuel Alegre afirmou que Portugal precisa de estadistas e de gente capaz de pensar além das querelas partidárias e dos jogos de poder, porque está em causa a autonomia política do país.

Manuel Alegre falava sobre a actual situação do país à agência Lusa e à Antena 1, após apresentar um livro no Instituto Franco Português.

Nas suas declarações, o ex-candidato presidencial apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda deixou sérias advertências em geral ao actuais líderes e titulares de cargos políticos.

«Precisamos de gente capaz de pensar o país, para além dos jogos políticos, das querelas partidárias e das ambições imediatas de poder. O que está em causa é o país, a soberania, a autonomia não só financeira mas também política, porque sem independência económica não há também autonomia política», começou por referir.

De acordo com Alegre, Portugal está «numa hora de grande responsabilidade e que precisaria de grandes homens com grande visão e que conhecessem bem a História do país, tendo uma visão de Portugal».

«Estamos a viver uma hora muito grave e triste para Portugal, estou muito preocupado com o país e entendo que é necessário um grande sentido de responsabilidade e de Estado. Precisamos de estadistas com uma visão da História e do país», acentuou.

Questionado sobre o papel até agora desempenhado pelo Presidente da República, Alegre considerou que Cavaco Silva tem pela frente uma tarefa «difícil» e que deseja que «as coisas lhe correm bem».

Interrogado se na actual cena política, Portugal não tem políticos com a dimensão que o país precisaria, Manuel Alegre fez um longo silêncio antes de dar a sua resposta.

«Acho que o país precisaria de grandes homens, como teve no passado», disse, dando como exemplo Antero de Quental.

«As coisas são diferentes, as pessoas são diferentes, mas, neste momento, um Mário Soares em plena juventude faz falta, um Álvaro Cunhal faz falta, um Sá Carneiro faz falta, um Salgado Zenha faz falta. Eram pessoas com outra densidade, com outra cultura, com uma outra visão do país, com outro conhecimento da História», sustentou.

Questionado se essas características fazem falta aos líderes do PS, José Sócrates, e do PSD, Pedro Passos Coelho, o ex-candidato presidencial disse não pretender estar a individualizar.

«Mas José Sócrates tem uma grande determinação, é um homem que não atira a toalha ao chão, que não vira a cara à luta. Pedro Passos Coelho não o conheço o suficiente», disse.

Em relação à União Europeia, Manuel Alegre sustentou que o actual momento «obriga a uma grande reflexão, já que não existe já aquela Europa da solidariedade».

«Existe uma Europa do egoísmo, da relação de forças. Aliás, o Fundo Monetário Internacional (FMI) está a ter uma posição mais moderada do que tem a União Europeia. Portugal, com nove séculos de História, não pode sucumbir aos caprichos das empresas de rating - e temos de nos preparar para um período difícil», sustentou.

Lusa/SOL
 
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