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Uma mãe norte-americana sem-abrigo que indicou uma morada falsa para colocar o filho de 5 anos numa escola de um bairro rico arrisca-se a uma pena de 20 anos de prisão e a uma multa de 15 mil dólares.
O caso é contado pelo New York Times, que apresenta a história como um exemplo da desigualdade no acesso à educação nos Estados Unidos. Tanya McDowell, uma afro-americana do centro pobre de Bridgeport, no Connecticut, está a ser julgada por ter apresentado uma morada falsa junto de uma escola do subúrbio rico de Norwalk, onde colocou o filho no início do ano lectivo.
A morada pertencia a Ana Marquez, uma baby sitter, que foi despejada quando o senhorio soube que o apartamento alugado era utilizado por McDowell como residência fictícia. Foi o proprietário que comunicou à instituição de ensino de Norwalk que um dos seus alunos não pertencia àquele distrito escolar.
Andrew, filho de McDowell, a frequentar a pré-primária, foi imediatamente expulso da escola de Norwalk.
A indicação de uma morada falsa é crime no Connecticut, onde a mãe de Andrew está neste momento a ser julgada, pondendo ser condenada a uma pena de 20 anos de prisão e a uma multa de 15 mil dólares.
O caso é acompanhado de perto pela imprensa norte-americana e tornou-se motivo de debate sobre o sistema de ensino e sobre a desigualdades económicas e raciais que persistem no país. O Connecticut, descrito pelo New York Times como uma manta de retalhos de subúrbios ricos e centros urbanos pobres, é apontado como o estado norte-americano que apresenta a maior diferença entre os resultados escolares de crianças brancas e de crianças negras.
Apesar de vários grupos de direitos humanos pedirem a absolvição da mãe de Andrew, o caso de Tanya McDowell complica-se devido ao longo cadastro daquela mãe sem-abrigo, anteriormente acusada de tráfico de droga. O advogado, Darnell Crosland, afirma que o registo criminal da sua cliente não tem qualquer relevância para o presente julgamento.
SOL