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Discurso de Sócrates foi regresso ao 'país das maravilhas'

florindo

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O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) disse hoje que o discurso do primeiro-ministro sobre as medidas constantes no memorando de entendimento entre o Governo e a ?troika? foi o regresso ao «país das maravilhas».

«Quando o ouvi, parecia-me que estávamos outra vez a regressar ao país das maravilhas», afirmou o padre Lino Maia, em Fátima, à margem da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa.

Segundo o responsável, José Sócrates «limitou-se apenas a dizer aquilo que não era, não era, não era».

«Então, penso que a troika veio trazer aqui 78 mil milhões de euros para distribuirmos uns pelos outros e depois vão-se embora», ironizou o responsável, considerando que o país merecia «outro tipo de comunicação».

O presidente da CNIS declarou-se «absolutamente a favor de uma terapia da realidade», sustentando que, «com este tipo de discurso», os portugueses vão pensar que, afinal, o país não estava tão mal.

«Eles [ troika ] vieram cá fazer turismo, vieram trazer dinheiro, porque são muito nossos amigos, vamos poder continuar a gastar à vontade e penso que isso é mau», acrescentou.

O responsável insistiu que «é urgente que se diga qual é a situação real do país, quais são as medidas que vão ser aplicadas e o que é que se espera da envolvência do povo português».

«Isso não foi dito, mas é importante que seja dito», sustentou.

Sobre as medidas já tornadas públicas, Lino Maia admitiu que, numa primeira «impressão», contava que fossem mais «exigentes» e «duras», adiantando que «faltam, de facto, medidas para atenuar os efeitos daqueles que serão mais atingidos».

«Penso que a classe média será francamente atingida, se é que ainda há classe média em Portugal, e penso que ali não se fala mesmo de medidas correctivas para apoiar aqueles que são mais atingidos, mais pobres, mais marginalizados», acrescentou o sacerdote, que aguarda por «mais notícias».

O responsável disse ainda recear que «não esteja nada previsto, aliás, os sinais são esses, para atender a situações mais graves», alertando para a iminência de «alguma conflituosidade social», dado que «há muita gente que não aguenta mais e talvez possa começar a manifestar a sua revolta».

Questionado se teme mais consequências para as instituições sociais com as medidas da troika , Lino Maia referiu que «há instituições em séria dificuldade, porque tem havido aumento de pedidos» de ajuda.

«Eu, se há alguns meses atrás, dizia que nenhuma instituição tinha encerrado portas por causa da crise, agora já não posso dizer isso», declarou, afiançando a existência de valências «muito em crise», sobretudo de apoio a crianças e pessoas com deficiência.

Lusa/SOL

 
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