• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Procurador-geral do Porto: Magistrados do MP são 'frustrados'

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,985
Gostos Recebidos
346


O procurador-geral distrital do Porto, Alberto Pinto Nogueira, acusou alguns procuradores de ignorem instruções, ?designadamente escritas?, dos legítimos superiores, lembrando que o Ministério Público (MP) é uma estrutura hierarquizada e não um conjunto de ?juízes frustrados?.

O modelo constitucional do MP desenha uma magistratura hierarquizada, “onde os magistrados de grau inferior estão sujeitos, nos limites da lei, às ordens e instruções dos respectivos superiores hierárquicos”, assinalou Pinto Nogueira.

“Não desenha, pois, uma magistratura independente, onde os magistrados pautem a sua conduta processual de modo meramente individualista, fechados no seu gabinete, como o solitário juiz que se perdeu só no seu pensamento e nas suas convicções as mais íntimas”, acrescentou o procurador-geral distrital.

Os magistrados do Ministério Público - frisou ainda - “não são juízes frustrados, arrependidos ou envergonhados, exercendo uma função crucial no Estado de Direito que em nada é beliscada ou magoada pela existência da hierarquia e da autonomia correctamente entendidas”.

Num discurso proferido na posse de novos magistrados MP e colocado esta semana no site da Procuradoria Distrital, Pinto Nogueira reconheceu que cada procurador é autónomo relativamente a entidades estranhas ao Ministério Público e “dentro do processo", mas lembrou que essa autonomia esgota-se “no momento em que, nos termos estatutários, lhe são transmitidas instruções, designadamente escritas, dos legítimos superiores hierárquicos”.

Alberto Pinto Nogueira sublinhou, por outro lado, que o poder hierárquico, como qualquer poder em democracia, “não é um exercício de poder pessoal”, pelo que se espera – e “exige” – da hierarquia “uma atitude ponderada, sensata e rigorosamente legal” das suas funções.

“O que, com algum desalento o digo, nem sempre sucede”, assinalou, explicando que chegaram à Procuradoria-Geral Distrital “fumos de algum laxismo e algum resvalar para formas quase autocráticas do exercício de funções ou poderes hierárquicos”.

Lusa / SOL
 
Topo