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'Se não mudarmos estaremos daqui a 3 anos, ou antes disso, pior que hoje'

florindo

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Um apelo à mudança foi uma das tónicas principais da comunicação ao país do Presidente da República, esta noite. Com um alerta de Cavaco Silva: «Se não mudarmos, estaremos, daqui a três anos, ou até antes disso, pior do que nos encontramos hoje».

Apesar de ter dito que «não compete ao Presidente da República, nas presentes circunstâncias, pronunciar-se publicamente sobre os aspectos específicos do acordo», assinalou três condições desta mudança que «não podem falhar»: aumento da poupança interna, aumento das exportações e diminuição das importações, e a reconquista da confiança dos investidores internacionais.

Em resumo, disse Cavaco, «só há um caminho para Portugal: trabalhar melhor e poupar mais». E «também o Estado, sobretudo o Estado, tem de trabalhar melhor, funcionar com maior eficiência e gastar com mais critério», frisou.

Uma conclusão a que chegou depois de dizer que este acordo de ajuda externa «é o sinal mais evidente da necessidade de alterarmos o rumo das políticas e de mudarmos de atitudes e de comportamentos». Porque o país não pode «continuar a viver acima das possibilidades, a gastar mais do que produz» e a endividar-se «permanentemente perante o estrangeiro».

Lembrou, por isso, que a trajectória da economia nacional - «para a qual fui fazendo sucessivos alertas», salientou - de «há muito demonstrava a insustentabilidade do desequilíbrio das contas externas e do aumento do endividamento do País relativamente ao estrangeiro, como as conclusões da missão tripartida vieram confirmar sem margem para dúvida».

Aos portugueses, disse perceber que «numa altura de sacrifícios pouco sobra a muitas famílias para conseguirem poupar». Mas considerou que muitos «terão de alterar os seus padrões de consumo, adiando despesas, evitando gastos supérfluos e desnecessários, preferindo produtos nacionais, reduzindo o endividamento».

Para mais, defendeu, «é decisivo que o Estado dê o exemplo de contenção dos gastos e de combate ao desperdício dos dinheiros públicos».

Aproveitou ainda para recordar uma das tónicas do seu discurso enquanto primeiro-ministro, a imagem de um Estado cumpridor. «Já houve um tempo em que Portugal projectava no exterior uma imagem prestigiada de Estado cumpridor e rigoroso, em quem os investidores acreditavam e confiavam»; agora, «restaurar essa confiança é essencial para podermos beneficiar do crédito do exterior em condições de normalidade, num horizonte temporal de dois a três anos».

Cavaco Silva afirmou que cabe ao país «demonstrar que somos capazes de aproveitar este tempo difícil e fazer dos compromissos agora assumidos uma oportunidade para mudar de vida e construir uma economia saudável».

«Está nas mãos dos agentes políticos e dos cidadãos agarrar esta oportunidade de mudança», concluiu.

SOL
 
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