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O antigo ministro do PSD João de Deus Pinheiro considerou hoje o programa eleitoral social-democrata como «timidamente ousado», defendendo que o partido deverá ser no futuro e «como Governo, muito mais ousado».
«Só quem não percebe nada de política ou de economia é que pode dizer que é um programa ultra-liberal. Quem tem um bocadinho de mundo e conhece um bocado a Europa e o mundo desenvolvido sabe que é um programa timidamente ousado, mas poderia e deverá ser no futuro como Governo muito mais ousado», afirmou João de Deus Pinheiro, em declarações aos jornalistas à margem da apresentação do livro 'Novo Dicionário de termos europeus'.
Sublinhando que seria um «crime geracional» hipotecar as próximas gerações «com o ritmo e a atitude dos últimos seis anos», o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros disse esperar que quando o PSD «for Governo possa ter a ambição e a audácia de não o fazer».
Questionado sobre o entendimento alcançado para o pedido de ajuda externo, João de Deus Pinheiro defendeu a necessidade do país dar «um golpe de asa».
O que a ‘troika’ fez foi um receituário adaptado a Portugal, mas que estava já anteriormente concebido antes de terem feito a viagem. O que é preciso agora é um golpe de asa português», advogou, salientando que, em relação a essa matéria, o programa eleitoral apresentado no domingo pelo PSD mostra «já alguma alma e alguma vontade».
«Se o programa de Governo do próximo Governo não tiver esse golpe de asa, não tiver essa alma, essa ambição, pode crer que daqui a três anos estaremos a chorar lágrimas ainda mais amargas», acrescentou.
Lusa/ SOL