• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Saída de Portugal da zona euro divide Jerónimo e Louçã

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,987
Gostos Recebidos
347


Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã utilizaram os 45 minutos do debate de quinta-feira para colar o PS à direita e denunciar o acordo com FMI, BCE e UE. Uma única questão separa comunistas e bloquistas: o líder comunista admite a saída do euro, Louçã não.

Durante 45 minutos, o secretário-geral do PCP e o líder do Bloco de Esquerda recusaram entrar em debate, não obstante a insistência do jornalista Vítor Magalhães no desafio aos dois dirigentes partidários para traçarem diferenças entre as duas forças políticas. Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã optaram por virar a artilharia contra o que o líder bloquista chamou de «troika dos maiores gastadores da economia portuguesa» - PS, PSD e CDS-PP - e contra o acordo firmado entre o Governo e as instituições internacionais.

E foi na apresentação da alternativa ao resgate financeiro que Jerónimo e Louçã revelaram porventura a única grande divergência durante o debate. Comunistas e bloquistas defendem a «renegociação» da dívida portuguesa junto dos credores internacionais e uma concertação entre os países mais endividados da União Europeia junto de alemães e franceses. No entanto, Jerónimo de Sousa disse não confiar «na boa vontade da senhora Merkel» e declarou que «esta união económica e monetária não é reformável», defendendo uma «reflexão» sobre uma possível saída de Portugal da zona euro.

A proposta não colheu o apoio de Francisco Louçã. «Recuso a saída do euro», declarou taxativamente, declarando tal cenário como «catastrófico».

«Por cada três euros que exportamos, importamos quatro euros», afirmou o líder do BE, que apontou um aumento do endividamento como a principal consequência da saída de Portugal do euro. «Ficaria tudo muito mais caro. Desvalorizaria salários, pensões e faria com que as pessoas que têm créditos à habitação passassem a pagar muito mais».

«O trabalhador é a primeira vítima de uma saída catastrófica de Portugal do euro», declarou Louçã, que defendeu a emissão de títulos de dívida europeus como forma de «travar a especulação» em torno dos títulos de dívida nacionais.

Jerónimo de Sousa, por seu turno, afirmou que o euro fez com que Portugal perdesse «competitividade, soberania e instrumentos que poderiam ajudar o país num cenário de crise». No início do debate, o líder comunista apontara a «concepção da União Europeia» como um ponto que afastava o PCP do Bloco de Esquerda.

Euro à parte, Jerónimo e Louçã convergiram no apoio à taxação das mais-valias das transacções bolsistas e numa subida de impostos para a banca como soluções alternativas ao pedido do que os dois líderes qualificaram como «um empréstimo para pagar um empréstimo».

Bloco namora Cravinho

Num debate em que os dois oponentes recusaram de outra forma o confronto directo, Francisco Louçã voltou a apelar a um «Governo de esquerda» e incluiu os comunistas numa hipotética solução governativa. E também figuras do PS.

«Um Governo de esquerda implica muito mais que dois partidos de esquerda», afirmou, apontando «João Cravinho e as suas propostas de combate à corrupção» como uma personalidade que os bloquistas gostariam de convidar para um Executivo.

Do outro lado da mesa, Jerónimo de Sousa admitiu que «não é só no meu partido que existem patriotas, democratas e personalidades preocupadas com o país». Mas defendeu a ida a votos em separado, considerando-a como um elemento «clarificador».

A 'troika' do PS, PSD e CDS-PP

Já um convite de José Sócrates a comunistas e bloquistas seria hoje respondido com um sonoro não, a fazer fé nas críticas de Jerónimo e Louçã ao secretário-geral dos socialistas. O líder do BE colou o PS ao PSD e ao CDS-PP na «troika dos maiores gastadores da economia portuguesa», citando o investimento de sucessivos executivos em «auto-estradas, estádios e submarinos», enquanto Jerónimo acusou os três partidos de terem «um programa comum».

A defesa da Segurança Social voltou a unir os dois candidatos, com Louçã a voltar a acusar os socialistas de defenderem, à semelhança dos sociais-democratas, um corte na taxa social única. «Sócrates comprometeu-se em Washington [com o FMI] com um corte gigantesco [na TSU]», afirmou, instando o PS a esclarecer, «se há um corte drástico na Segurança Social, que impostos vão subir».

Jerónimo, por seu turno, disse ser «uma proposta muito grave» querer «descapitalizar a Segurança Social», e também pediu uma clarificação dos socialistas sobre a matéria. «As novas gerações, que votam no dia 5, têm saber com o que é que vão contar».

No final do debate, Louçã apelou a um voto no «combate ao medo» e no fim da «política de bancarrota».

Jerónimo personalizou o apelo ao voto, num registo pouco usual para o líder comunista. «Eu vivo melhor que os meus pais e pensava que as minhas filhas iam viver melhor que eu», lamentou, referindo depois a subida do desemprego e da precariedade. «Ainda é possível que as novas gerações tomem nas suas mãos o seu destino», concluiu.

A Bola
 

Matapitosboss

GForum VIP
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
13,147
Gostos Recebidos
0
Respeito a posição de ambos, no entanto, não apoio as suas posições perante este terrível momento na nossa economia!
 
Topo