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O PS quer o apoio declarado de Mário Soares na campanha e tem pressionado o histórico socialista para se envolver activamente no confronto eleitoral que se avizinha. Ao que o SOL apurou, o próprio José Sócrates pediu ao ex-Presidente da República uma associação clara à campanha do partido para as legislativas. Até agora, Soares ainda não deu resposta à solicitação, estando a avaliar as condições da actual situação política.
Mário Soares tem-se revelado, em vários momentos, crítico das opções governativas do PS. Há dois meses, o ex-PR falava num partido «muito fechado sobre si próprio, sem debate interno e externo que promova o entusiasmo dos militantes na sua ideologia».
Pouco antes tinha pedido «mais idealismo socialista» e menos boys ao PS. Críticas a que a cúpula socialista sempre evitou responder. O mesmo aconteceu com a visita de Soares à sede do PSD, há duas semanas, enquanto signatário do manifesto Um Compromisso Nacional, que causou desconforto entre os socialistas.
Não estando em causa o apoio do fundador do PS ao partido, Mário Soares estará a ponderar qual deverá ser o âmbito da sua intervenção no actual contexto político. Com uma certeza: a principal preocupação do histórico socialista é, nesta altura, que se criem as condições para que, das eleições de 5 de Junho, possam sair compromissos firmes entre os principais partidos.
PSD «dificulta» entendimento
Um desfecho que o PSD está a dificultar, acusa o socialista Vitalino Canas, apontando quer as várias declarações de Eduardo Catroga ao longo da semana, quer a acusação de «terrorismo político» feita por Passos Coelho a Sócrates.
«A campanha pode ser dura do ponto de vista do debate político, mas entrar em ataques pessoais torna as relações entre as pessoas difíceis. Espero que o PSD fique por aqui», afirmou ao SOL.
Já sobre as críticas de toda a oposição ao programa do PS e ao facto de o documento não prever as medidas da troika, o deputado desvaloriza, defendendo que o documento remete para o acordo com as instâncias internacionais e que o PS assume a sua execução.
‘Empate técnico’ não agrada a todos
Entretanto, as sondagens que dão o PS_em empate técnico com o PSD têm animado os socialistas... mas não todos.
Entre os críticos de Sócrates, este é um cenário com poucos motivos para satisfação, dado que pode deixar o partido fora do governo, mas não abrindo espaço a uma renovação da liderança. E, não saindo Sócrates por vontade própria, é convicção geral no PS que ninguém avançará contra o actual líder.
SOL