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A depressão será uma das principais causas de absentismo laboral em 2030, patologia mais comum nas mulheres e cuja incidência deve agravar-se com a crise económica, indica um estudo hoje apresentado em Faro.
De acordo com a autora do estudo Perfil de Saúde da Região do Algarve, a médica Estela Fabião, um dos efeitos da crise financeira é a diminuição da «qualidade de vida, bem-estar e auto estima» das populações.
«O problema das patologias do foro psíquico é que não se veem e são difíceis de trabalhar», resumiu, em declarações aos jornalistas, acrescentando que é preciso ter especial atenção à faixa etária entre os 18 e os 25 anos.
À margem da apresentação do estudo, a médica disse ainda que os jovens são muito afectados pela depressão, sobretudo os qualificados que não conseguem integrar-se o mercado laboral.
No caso específico da região algarvia, o desemprego feminino aumentou entre os licenciados de 2009 para 2010, um dos factores que torna o género feminino mais vulnerável à depressão.
«Não há uma evidência científica para explicar a razão de a patologia afectar mais as mulheres, mas a verdade é que continuamos a ter desigualdade de género e maior exigência sobre o sexo feminino», concluiu.
De acordo com o mesmo estudo a mortalidade materna no Algarve é superior às restantes regiões continentais e afecta sobretudo as mulheres estrangeiras, mais velhas e cujas gravidezes não são seguidas por um médico.
Lusa / SOL