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França: Justiça francesa pode travar Christine Lagarde

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A ministra da Economia francesa, Christine Lagarde, acumula apoios internacionais à sua candidatura ao Fundo Monetário Internacional (FMI), mas não reúne o consenso interno e pode ser alvo de um inquérito judicial em França.

Além dos obstáculos políticos, salientados pela imprensa francesa no momento em que oficializou a sua candidatura, a ministra de Nicolas Sarkozy enfrenta a possibilidade de um inquérito à forma como resolveu um diferendo que envolvia o ex-dirigente desportivo Bernard Tapie.

Christine Lagarde, 55 anos, anunciou hoje em Paris a sua candidatura à sucessão do anterior director do FMI, o também francês Dominique Strauss-Kahn, que se demitiu na semana passada após ter sido acusado de agressão sexual em Nova Iorque.

Lagarde pode ser alvo de um inquérito judicial num caso envolvendo Bernard Tapie e o Crédit Lyonnais e que, por decisão da ministra das Finanças, foi resolvido por via arbitral e não por via judicial.

A decisão sobre o processo será conhecida a 10 de Junho, último dia para a apresentação de candidaturas à direcção do FMI, e Largarde garantiu hoje que se manterá na corrida à sucessão de Strauss-Khan se for aberto o inquérito judicial.

O caso parecia encerrado, em favor de Bernard Tapie, que recebeu, em 2008, cerca de 285 milhões de euros de dinheiros públicos. Porém, um grupo de deputados de esquerda na Assembleia Nacional apresentou recentemente um pedido de abertura de inquérito à actuação de Lagarde.

Os deputados questionam a escolha da ministra pela via arbitral, privada, considerando que os seus actos foram «contra o interesse público» na medida em que Tapie acabou por receber uma indemnização paga com dinheiros públicos.

Uma das iniciativas judiciais está a correr no Tribunal de Justiça da República (CJR), com competência para julgar membros do Governo por delitos ou infracções cometidas no exercício das suas funções.

O procurador-geral junto do CJR, Jean-Louis Nadal, aceitou o pedido de inquérito dos deputados socialistas, considerando que «existem numerosos motivos para suspeitar da regularidade, ou mesmo da legalidade da decisão arbitral» no caso Tapie.

O crime de abuso de autoridade é punível com cinco anos de prisão.

O jornal electrónico Mediapart divulgou também esta semana dois outros casos judiciais que envolvem Christine Lagarde, um deles já decidido contra a ministra, e que apresentam semelhanças com o caso Tapie/Crédit Lyonnais.

A candidatura de Lagarde ao FMI está por isso a provocar um «ranger de dentes» na oposição francesa, segundo a imprensa, depois de a líder do Partido Socialista (PS), Martine Aubry, ter afirmado que a ministra era «uma mulher respeitável» e competente para suceder a Strauss-Kahn.

«Se a Europa pode ter esse lugar e se uma francesa pode consegui-lo, penso que isso seria muito bom para a Europa e para o nosso país», declarou Martine Aubry, potencial candidata às primárias do partido para as eleições presidenciais de 2012, numa entrevista no domingo.

«Para lá das divergências que possamos ter, Christine Lagarde é uma mulher respeitável», sublinhou a dirigente nacional do PS.

«Alguns socialistas quase se estrangularam», escreveu o diário Le Monde a propósito deste apoio de Aubry através da trincheira política francesa numa altura crucial para o combate das eleições presidenciais do próximo ano.

Lusa/SOL
 
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