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3 minutos e meio a cair até à morte

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RoterTeufel

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Tragédia: Análise das caixas negras do Airbus a330
3 minutos e meio a cair até à morte

Os últimos quatro minutos de voo do AF 447 da Air France, que caiu no mar em 2009 durante a rota Rio de Janeiro-Paris, matando os 228 ocupantes, foram de indescritível terror para passageiros e tripulantes.

Um relatório da análise das caixas negras do aparelho divulgado ontem pelo BEA (Agência Francesa de Investigação de Acidentes Aéreos) revela a desesperada luta dos pilotos para tentarem estabilizar o Airbus A330 face a informações erróneas dos equipamentos de navegação e a fortíssima turbulência. Uma luta em vão. O avião mergulhou no Atlântico em 3 minutos e 30 segundos.

De acordo com os dados técnicos, às 23h10 (hora brasileira) da noite 31 de Maio, já sob o impacto da forte tempestade que o avião atravessava, os dois co-pilotos, que no momento comandavam o aparelho (o comandante estava a descansar), desligaram o piloto automático e assumiram os comandos. Os dois perceberam que os sensores mostravam velocidades diferentes para as turbinas do lado esquerdo, que apresentavam forte desaceleração, e para as do lado direito. Apesar dos seus esforços, desencadeou-se uma sucessão de problemas que os fez perder totalmente o controlo. O comandante, chamado a correr à cabina, também nada conseguiu fazer.

Em quatro minutos, o Airbus A330 sofreu duas quedas abruptas, voltou a subir, despressurizou-se e deixou de obedecer aos comandos para estabilizar a velocidade, a altitude e o equilíbrio.

Às 23h14, o avião rodopiou para a direita e iniciou mais uma queda, desta vez a última, que durou 3 minutos e meio, até cair ao mar a uma velocidade de 200 km por hora, com o nariz para cima. Os destroços e corpos espalharam-se por quilómetros, entre o Brasil e África. Alguns foram logo recuperados, mas a maior parte só foi localizada este mês, a 3900 metros de profundidade.

FORAM RECUPERADOS SOMENTE CORPOS DE 82 DOS 228 OCUPANTES

Até agora, de acordo com os últimos dados oficiais divulgados, apenas 82 corpos dos 228 ocupantes do voo 447 da Air France foram resgatados do fundo do mar. Na época da tragédia, equipas francesas e brasileiras resgataram 51 corpos, encontrados a boiar numa vasta área no meio do oceano Atlântico, mas depois houve um lapso de quase dois anos sem outros resgates. Só no início deste mês, com a utilização de um submarino-robô capaz de atingir grandes profundidades, foi possível localizar o ponto exacto onde a maioria dos destroços e dos cadáveres ficou submersa, 3900 metros abaixo da superfície do mar. Foram recuperados mais 31 corpos.

Recorde-se que em Março, a justiça francesa incriminou a Air France e a Airbus por 228 homicídios involuntários, e há duas semanas advogados das famílias na Europa pediram a retenção de bens das duas empresas para custear indemnizações.

AVIÃO DA IBERIA PARTIU ATRÁS SEM PROBLEMAS

O avião da Iberia que descolou do aeroporto carioca do Galeão sete minutos depois do voo 447 podia ter tido o mesmo fim trágico do Airbus da Air France, pois a rota era igual. Mas o comandante espanhol, ao perceber a gravidade da intempérie, fez um desvio e o aparelho chegou a Madrid sem problema algum.

As precauções do comandante do IB 6024, que fazia a rota Rio de Janeiro-Madrid começaram em terra. Informado que poderia enfrentar tempestades sobre o oceano Atlântico, o comandante pediu reforço de combustível, para o caso de ter de mudar a rota.

Depois, mantendo uma distância de segurança, seguiu o voo da Air France, que, de repente, desapareceu do seu radar. Mesmo sem saber o que tinha ocorrido, o comandante espanhol, vendo as péssimas condições meteorológicas, decidiu desviar a rota 30 milhas para leste, afastando-se do centro da tempestade que derrubou o voo 447 da Air France.


C. da Manha
 
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