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O 'amiguismo e a confusão entre o que é público e o que é privado' e a impunidade no que respeita à corrupção foram denunciados por Jerónimo de Sousa durante o comício de Setúbal. 'Não deixa de ser chocante que o memorando com a troika não tenha uma linha sobre corrupção e tráfico de influências'.
E, ao não darem meios para a investigação, 'querem que a impunidade grasse'.
O líder comunista deu como exemplo de 'compadrio e amiguismo' Almerindo Marques. O ex-gestor das Estradas de Portugal é o 'novo homem forte de uma empresa de construção de estradas do grupo BES', a Opway. 'São coincidências a mais', nota.
Jerónimo de Sousa voltou a atacar PS, PSD e CDS pelo acordo com a troika. 'Estes partidos não têm programas eleitorais, têm anexos para disfarçar'. Mas desta feita, apesar de criticar 'o ar cândido com que Passos Coelho promete criar emprego quando assinou um acordo que o impede', virou-se para o PS: 'O PS veio com a velha conversa dos perigos da direita, mas tudo faz para se manter no poder. E fez no Governo o que PSD e CDS não desdenhariam fazer'.
Foi a piscar o olho ao eleitorado socialista que o cabeça de lista por Setúbal, Francisco Lopes, se pronunciou. 'O voto de esquerda é na CDU'. Antes, alertara: 'O PS diz que tem diferenças do PSD. Não se iludam. É Sócrates e os principais candidatos do PS que dizem estar disponíveis para um entendimento com a direita'.
'PS e PSD, com o CDS em bicos de pé, apenas querem disputar um lugar na banda que tem a música definida pela troika'.
Já Heloísa Apolónia teve um dos momentos mais aplaudidos da noite, ao dar o exemplo de uma família endividada. 'PS, PSD e CDS dizem que basta comer uma refeição por dia, para tirarem os filhos da escola e para não pensarem em ir ao médico, mas pagarem ao banco. A CDU diz para não deixarem de comer, não tirem os filhos da escola e para não deixarem de serem assistidos por um médico. Dizemos, negoceiem a dívida com o banco e trabalhem para ganhar recursos'.
SOL