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Abutres atacam rebanhos

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Jun 2, 2010
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Os agricultores da Beira Interior estão desesperados por os abutres lhes estarem a comer gado vivo. E culpam o Governo por não ter ainda licenciado campos próprios com carcaças para os abutres se alimentarem, nesta zona do país. É que, ao mesmo tempo, aquelas aves são espécies protegidas, o que impede os agricultores de as abater.
«É um sofrimento horrível para os animais e, quando vemos o ataque, não podemos fazer nada porque os abutres são aves enormes e protegidas», conta ao SOL Palmira Gonçalves, presidente da Associação Regional de Agricultores Biológicos, de Penamacor (Castelo Branco), adiantando que nas últimas semanas são várias as queixas dos produtores de gado sobre o assunto.

As situações ocorrem em produções animais da Beira Baixa, mas também no norte do Alentejo. E só no último mês, por exemplo, chegaram duas queixas ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) do Fundão.

Palmira Gonçalves recorda que, há cinco anos, já tinha acontecido o mesmo: ««Em 2006, fiquei sem 90 ovelhas. E agora, há duas semanas, voltei a ver abutres a atacar uma ovelha».

A responsável critica ainda as autoridades por nunca a terem compensado pelos prejuízos.

Os agricultores garantem que os ataques aos rebanhos provocam graves perdas financeiras, sobretudo nos tempos de crise que vivem. E exigem que o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, da tutela do Ministério do Ambiente, licencie rapidamente os dois alimentadores (zonas próprias e delimitadas com gado morto para os abutres se alimentarem), que estão fechados por falta de licenciamento.



Falta de plano estatal
Desde 2002, ano em que surgiu a BSE (conhecida como a doença das vacas loucas), a União Europeia (UE) impôs que todas as carcaças de animais fossem recolhidas pelos agricultores. A medida deixou, no entanto, os abutres com mais dificuldades em alimentar-se, correndo o risco de morrer à fome.

Após queixas de vários países, o Parlamento Europeu aprovou a criação de campos de alimentação nos quais seriam depositados «corpos inteiros de animais mortos».

Estes ‘alimentadores de abutres’ teriam de ser licenciados pela Direcção-Geral de Veterinária (DGV) – só que as licenças estão suspensas à espera de um plano do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), que «já deveria ter sido feito há anos», como denuncia Samuel Infante, responsável pela conservação destas aves no Parque do Tejo. «Em Espanha este plano tem quatro páginas e é muito simples», garante.

Além de prejudicar os agricultores, a falta de medidas do Governo pode também levar à morte de abutres, avisa Samuel Infante, responsável do CERAS ligado à conservação destas espécies no Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI).

O desespero acaba por levar alguns produtores de gado a querer ‘fazer justiça pela próprias mãos’. O responsável lembra o que aconteceu em 2003, quando 30 destas aves em perigo de extinção foram envenenadas após ataques a rebanhos. Na altura, o processo acabou arquivado por não se encontrarem os responsáveis, lembra Samuel Infante. «Já há anos que alertamos o ICNB sobre as queixas dos proprietários de ataques de abutres aos rebanhos e no perigo que isso podia representar para as espécies», conta.

Mas, até agora, nenhuma estratégia foi implementada. E o ICNB admite a falta de um plano. « Está previsto que a Estratégia para a Conservação das Aves Necrófagas em Portugal (2011-2020), seja adoptada brevemente», assumiu ao SOL a assessora do organismo, Sandra Moutinho. Admitindo que «subsistem problemas com os dois alimentadores instalados na área do PNTI», o ICNB diz que ainda não licenciou os locais por estar à espera de um parecer da DGV.

A DGV, por seu lado, não prestou esclarecimentos.

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http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=20055

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