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PSD espera um novo líder do PS menos abrasivo que Sócrates

florindo

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Ambos querem ser líderes da oposição, mas tanto António José Seguro como Francisco Assis têm condições pessoais e políticas para estabelecerem pontes com o novo Governo chefiado por Passos Coelho. Com qualquer deles, o Executivo PSD/CDS terá maiores facilidades de entendimentos do que com José Sócrates.

Seguro, que foi líder parlamentar de Ferro Rodrigues, o secretário-geral do PS mais à esquerda nos últimos anos, tem proximidade pessoal com o núcleo duro do PSD. Miguel Relvas, braço direito de Passos, é um velho conhecido de Seguro, que mantém com ele uma relação de amizade. Mestre das relações pessoais dentro do seu partido, Seguro tem também a capacidade em projectar-se no exterior.

O low profile que vem cultivando pode também ajudar nesta fase de cumprimento do acordo com a troika, que exigirá ao PS, por coerência política, e compromisso do anterior Governo, a ‘passagem’ no Parlamento de muitas das medidas mais difíceis.

O socialista de Penamacor compensaria com as suas características a base de apoio, composta por algumas figuras mais à esquerda.

Francisco Assis é mais próximo de um ‘bloco central’, recolhendo muitos apoios da ala direita do PS. Tem ainda com ele a cúpula do socratismo, essa ‘terceira via’ à portuguesa que, em matéria económica, governou ao centro, granjeando o apoio de grandes financeiros e grupos económicos.

Na apresentação da candidatura, no Largo do Rato, Assis garantiu que não faria uma «oposição anestesiada», mas no seu discurso prometeu: «Faremos os pactos de regime necessários».

Paradoxalmente, o antigo autarca de Amarante, que se evidenciou, primeiro, na liderança parlamentar do último Governo do PS e, agora, na campanha eleitoral, como um dos mais empenhados tribunos de José Sócrates, não fica por isso ‘queimado’ junto do novo Governo. Um talento de conciliador que lhe será útil, caso vença as directas no PS.

Mas o futuro líder do PS tem um equilíbrio difícil a fazer. Agora na oposição, o PS está condicionado pelo acordo que firmou com a troika e dificilmente poderá afastar-se de grande parte das medidas de austeridade que vão agora começar a ser implementadas.

Os socialistas poderão encontrar algum espaço para uma oposição mais contundente em medidas que não constem do programa da troika – Passos Coelho, líder do novo Governo, já disse que quer ir mais além. E uma futura revisão constitucional também poderá surgir como uma oportunidade para o PS reaparecer como guardião do Estado social e garante dos direitos constitucionais. Até porque, à esquerda, os socialistas não vão ter tréguas. PCP e BE continuam a manter o PS na mira e, estando todos na oposição, a luta política será pelo mesmo espaço.

SOL
 
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