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EUA discutem com Afeganistão a sua permanência 'por décadas'

florindo

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Responsáveis norte-americanos e afegãos estarão neste momento em conversações que visam a permanência de tropas internacionais no país durante décadas, numa «parceria estratégica» que ignoraria o acordo oficial que visa a retirada gradual de tropas até 2014.

A informação foi avançada pelo diário britânico The Guardian na sua edição de segunda-feira, e dá conta das alegadas negociações que têm sido mantidas sob sigilo e segredo.

Na base das conversações está a permanência de tropas norte-americanas no Afeganistão, algo que é alegadamente do interesse de ambas as partes. A continuação dos EUA no território seria prolongada através da presença de espiões e contingentes estacionados em cinco bases militares espalhadas pelo país.

O artigo publicado pelo The Guardian relata que responsáveis afegãos, incluindo o próprio presidente do país, Hamid Karzai, encaram a permanência dos EUA no país como «essencial» do ponto de vista estratégico, apesar dos constantes avanços e recuos que têm alegadamente pautado o ritmo das negociações.

Karzai já terá pedido que os EUA disponibilizem armamento e meios de combate aéreo às tropas afegãs para proteger o país das «ameaças estrangeiras», medida que, contudo, terá sido prontamente descartada pelos responsáveis norte-americanos.

Afeganistão como base militar no Médio Oriente

Por outro lado, no núcleo das pretensões norte-americanas estará a intenção de erguer no Afeganistão um centro de comando militar que lhe permita lançar e coordenar operações militares na região do Médio Oriente, mais concretamente contra o Irão ou o Paquistão.

Apesar de Rangin Spanta, conselheiro nacional de segurança no Afeganistão, ter já refutado essa possibilidade, a medida continuará a ser equacionada pelos EUA.

E é esta hipótese que tem suscitado preocupações junto das potências mundiais, notavelmente a China, Rússia e Índia. Se as dois últimas já por várias vezes expressaram a sua preocupação quanto a uma eventual extensão da presença norte-americana no Afeganistão, a primeira – que até agora se pautou por uma postura de não intervenção -, já terá tentado convencer o executivo afegão em formar uma parceria estratégica com a China.

A questão Talibã

O artigo do The Guardian ressalva igualmente a reacção dos Talibã a uma eventual permanência a longo prazo dos EUA no território.

Até porque, segundo porta-vozes da NATO, tal poderia contribuir para a mudança de postura do grupo extremista, que poderia assim virar-se mais para as conversações ao invés da violência pela qual tem optado incessantemente.

Oficiais da NATO acreditam que, com a permanência dos EUA no território, a comunidade internacional mostra um sinal de que não vai abandonar o Afeganistão, o que irá encorajar os Talibã a optar pela via da negociação em detrimento da luta e violência.

Certo é que, a confirmarem-se as negociações e tudo o que foi avançado pelo jornal britânico, o eventual cenário representa um revés na política norte-americana em anos recentes.

O próprio presidente dos EUA, Barack Obama, sempre adoptou como uma das suas bandeiras a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, postura que, ao que parece, poderá estar prestes a sofrer uma viragem.

SOL
 
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