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Mário Soares diz que demissão de Sócrates foi 'atitude digna'

florindo

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Out 11, 2006
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O antigo Presidente da República e fundador do PS, Mário Soares, considerou hoje como uma «atitude digna» a demissão de José Sócrates do partido após a derrota nas legislativas.

«Sócrates resistiu até ao fim, mas teve de recorrer à ‘troika’. Apresentou a sua demissão do governo e depois da liderança do PS. Fez um discurso excelente, com grande dignidade. Perdeu as eleições e tirou as consequências até ao fim disso», afirmou.

Mário Soares falava num ciclo de altos estudos europeus, no qual abordou a actualidade política, social e económica de Portugal, durante o qual manifestou criticou o actual funcionamento das instituições europeias.

«A União Europeia (UE) está paralisada do ponto de vista institucional, e do ponto de vista político perder a identidade, com países egoístas e nacionalistas», afirmou, o antigo primeiro-ministro.

Mário Soares considerou que os «governos conservadores que hoje dominam a Europa dos 27 tem uma concepção neo-liberal da economia que os conduziu à crise».

Soares criticou a maneira como a UE tem tratado a Grécia e a Irlanda, dois países que tal como Portugal recorreram ao FMI, acusando os bancos alemães de terem estimulado os seus congéneres gregos e irlandeses e de depois «terem fugido».

Um dos principais responsáveis pela adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, em 1986, disse não acreditar que «a Alemanha e a França, liderados por Angela Merkel e Nicolas Sarkozy, sejam capazes de resolver a crise da Europa».

Por isso, considerou necessária uma mobilização pacífica dos cidadãos e o fim da divisão entre a Europa rica e a Europa pobre», acrescentando: «Se a Europa não for solidária, se desinteressas dos outros e não der atenção às especificidades será uma tragédia».

Para Mário Soares, na actual crise portuguesa «as responsabilidades do governo português são pequenas, quando comparadas com as responsabilidades dos mercados, que decidiram atacar um país que será capaz de lhes dar dinheiro».

Mário Soares mostrou-se preocupado com a possibilidade de a Espanha entrar numa situação semelhantes à dos três países que recorreram ao FMI, e com o eventual contágio a Portugal.

Num retrato do actual cenário político português, feito para uma audiência maioritariamente estrangeira, Soares referiu que o país tem «um governo maioritário formado por dois partidos de direita», o PS que «precisava de uma cura de oposição» e a esquerda radical «formada pelo PCP, fundado antes da ditadura de Salazar e um partido trotskista».

Lusa/SOL
 
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