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Já há escolas onde metade dos alunos veio do privado

florindo

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As escolas públicas estão a receber cada vez mais pedidos de transferência de alunos de colégios particulares. Em Lisboa, há um estabelecimento onde metade dos estudantes do 7.º ano veio de privados.

Com o primeiro período a chegar ao fim, a direcção da escola Rainha Dona Amélia começou a notar «um aumento de procura muito acima do normal de alunos do ensino particular», contou à Lusa a directora da secundária, Isabel Le Guê.

Mas, garante a responsável, as transferências de privadas para o público é um fenómeno que já começou há algum tempo. Prova disso é o facto de «este ano, cerca de 50 por cento dos alunos do 7.º ano serem meninos que vieram do privado», contou à Lusa Isabel Le Guê, explicando que na Rainha Dona Amélia existem actualmente seis turmas de 28 alunos.

Além disso, «no ano passado, a procura foi tão elevada que o Director Regional de Educação mandou abrir duas turmas de 7.º ano aqui na escola vizinha», recordou, antevendo um agravamento da situação este ano.

A escola é tão procurada que não se consegue livrar da «injusta fama» de ali se conseguir entrar apenas com cunhas. Isabel Le Guê garante que todos são tratados da mesma maneira: «Explicamos aos pais que seguimos as normas definidas a nível nacional. Primeiro entram os meninos com necessidades educativas especiais. Depois conta ter irmãos na escola. A proximidade ao local de residência ou trabalho é a terceira razão».

«Claro que tudo isto tem se ser comprovado. As pessoas falam em cunhas mas a verdade é que não temos qualquer processo», sublinha, garantindo transparência nos processos.

Também na Escola Filipa de Lencastre a procura de «vagas» de alunos que frequentavam o privado sentiu-se este ano com mais intensidade. Segundo contou à Lusa o vice-presidente Luís Sequeira, «durante o ano houve muitos pais a tentar transferir os filhos».

O presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Adalmiro Botelho da Fonseca, confirma que são cada vez mais os alunos que abandonam o privado. «Em conversa com colegas que trabalham no particular eles contam-nos que estão preocupados com a saída cada vez maior de alunos para o público», resumiu Adalmiro da Fonseca.

No entanto, o número real de transferências só será conhecido no próximo mês, quando terminarem as inscrições no ensino público. Até lá, os responsáveis falam apenas em «percepções».

Adalmiro da Fonseca acredita que as escolas públicas estão preparadas. «A grande maioria do país está bem coberta e terá capacidade para receber todos, claro que poderá haver uma ou outra excepção», disse, lembrando que haverá casos em que os alunos não vão ficar colocados na primeira opção.

No entanto, lembra o presidente da ANDAEP, se a maioria dos pais procura as escolas bem posicionadas nos rankings, também existem encarregados de educação que, influenciados pelos filhos, acabam por escolher escolas próximas de zonas de lazer.

«Há alunos que preferem escolas que estejam pertinho do metro, de centros comerciais e bares bonitos. Querem ficar perto das zonas de entretenimento», sublinha, referindo-se a um caso concreto em Gaia. Mas, garante, os pais mais preocupados com a qualidade de ensino ignoram estes desejos.

Lusa/SOL
 
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