• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Se autoridades deixassem de comprar sangue no estrangeiro poupava-se um hospital

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,986
Gostos Recebidos
346


O presidente da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Santa Maria da Feira defende que se o Estado deixasse de comprar plasma estrangeiro e tratasse o sangue nacional pouparia o suficiente para construir um hospital por ano.

«Estes alertas que se vêm ouvindo sobre o desperdício do sangue doado já se ouve desde que existe a nossa associação», declarou à Lusa Serafim Reis, presidente da instituição que este fim-de-semana comemora os seus 20 anos de actividade.

«Nós temos meios para tratar o nosso sangue, que é dos mais seguros do mundo e muito procurado», observou esse responsável. «Mas muitas vezes esse plasma não tem sido tratado como devia porque temos contratos de compra ao estrangeiro e, assim, não justifica fazer o investimento técnico cá em Portugal».

Serafim Reis diz não saber avaliar se há «condições políticas para isso», mas acredita que o país tem «capacidade técnica» para investir no tratamento do seu próprio plasma e garante: «Se deixarmos de o comprar ao estrangeiro e tratarmos o nosso, poupamos o suficiente para construir quase um hospital por ano».

Para o presidente da Associação de Dadores do concelho da Feira, este é «um assunto muito sério» e deve merecer a «máxima atenção» por parte das autoridades, que devem «meter mãos à obra de uma vez por todas» para evitar o desconforto crescente entre a comunidade que doa sangue.

«As pessoas vão às colheitas generosamente, a maior parte delas são dadoras por motivos puramente altruístas e, depois, claro que não gostam de ouvir que o seu sangue foi deitado ao lixo», explica. «Se a situação se mantiver, isto torna-se numa bola de neve e, um dia destes, podemos dar por nós a precisar de sangue e a não ter».

Serafim Leite lamenta que, sendo a colheita de sangue um trabalho realizado por voluntários, esses estejam limitados a «pregar no deserto, sem que a sua voz tenha peso nenhum», mas acredita que «os governantes podem esclarecer a população o mais rapidamente possível sobre o que têm pensado para o futuro».

«As pessoas aparecem nas colheitas, sentem-se inseguras, fazem perguntas e nós não sabemos responder», reconhece esse responsável. «É tempo de os governantes perceberem que as centenas de milhares de dadores de sangue portugueses merecem outro trato, outro respeito», assegura.

Lusa / SOL
 
Topo