Em 2010, o investimento directo de Portugal no estrangeiro foi negativo em 700 milhões de euros. É mais um sinal da crise financeira, que os dados de um relatório do Eurostat hoje revelam. Pelo segundo ano consecutivo, o país recebeu mais investimentos do que os que realizou, contribuindo assim para o desequilíbrio da economia nacional. Esta é uma notícia que não surpreende Francisco Sarsfield Cabral, considerando que em tempos de crise é natural que haja uma diminuição do investimento directo estrangeiro. Na opinião do especialista em questões económicas da Renascença é preocupante que haja uma diminuição deste tipo de investimento em Portugal, que nesta altura é visto como um risco.Já o investimento dos países não comunitários em Portugal foi de 1,1 mil milhões de euros, oriundos sobretudo do Brasil (800 milhões de euros). UE desinvesteA tendência verifica-se também ao nível da União Europeia, cujo investimento directo no resto do mundo caiu mais de 60% em 2010. O relatório do Eurostat indica que o investimento directo da Europa diminuiu 62%, menos cinco vezes o montante investido em 2007. O Luxemburgo foi o maior investidor fora da União Europeia (38 mil milhões de euros), seguindo-se a Bélgica (36 mil milhões de euros), Alemanha (29 mil milhões de euros) e França (23 mil milhões de euros).No sentido contrário, o investimento do resto do mundo na Europa também teve uma queda significativa, menos 79% do que em 2009. Ainda assim, os EUA foram a principal fonte de investimento estrangeiro na Europa comunitária (28 mil milhões de euros comparativamente a 97 mil milhões de euros em 2009).
In:RR
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