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Dois médicos podem decidir desligar máquina a Angélico Vieira

maioritelia

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O professor universitário e membro do Conselho Nacional de Ética Agostinho Almeida Santos entende que dois médicos poderão decidir confirmar a morte do cantor e ator Angélico Vieira desde que declarada a falência do sistema nervoso central.

Para este professor aposentado da Faculdade de Medicina de Coimbra, isso deverá ser decidido após a declaração de morte cerebral.

É necessário que isso seja confirmado por dois especialistas, normalmente da área da neurologia e dos cuidados intensivos – explicou, acrescentando ser esse o entendimento do Conselho Nacional de Ética.

“Têm de ter frieza de raciocínio, e não se deixarem envolver em aspetos emocionais”, observou Agostinho Almeida Santos em declarações à agência Lusa, frisando que a sua decisão “não pode ser influenciada por situações exógenas”.

No seu entendimento, esta é sempre uma situação complexa, sobre a qual “não se podem criar falsas expetativas aos envolvidos no processo”.

Agostinho Almeida Santos diz que até poderá manter-se a máquina ligada mesmo que declarada a morte cerebral, mas o que poderá acontecer é haver uma falência gradual dos órgãos, do coração, dos pulmões, ou do fígado.

Ou um dia, como esses equipamentos são escassos, surgir um acidentado com maiores probabilidades de sobrevivência, e então o momento da decisão torna a colocar-se.


Diagnóstico de morte cerebral

- Saber por que razão o doente está em coma (sem reação a qualquer estímulo) e ter a certeza de que não foi induzido por fármacos ou outras substâncias
- Realizar um conjunto de provas (cerca de dez) para verificar se o tronco cerebral - que controla as funções mais básicas - está a funcionar
- Se os testes realizados mostram que não há resposta, é declarada a morte cerebral
- A morte cerebral é atestada por dois médicos especialistas em Neurologia, Neurocirurgia ou com experiência em Cuidados Intensivos e um dos clínicos não pode pertencer ao serviço onde o doente está internado
- As provas para comprovar a inatividade do tronco cerebral são repetidas conforme a idade do doente, geralmente, ao fim de duas a quatro horas num adulto
- Caso uma das provas não tenha sido possível de realizar ou seja inconclusiva, são feitos meios complementares de diagnóstico para determinar se há circulação ou atividade elétrica no cérebro, injetando um contraste. Em caso de morte cerebral, a pressão no interior do crânio é superior à do exterior e o contraste não será visível no tronco cerebral nem no encéfalo (o cérebro propriamente dito)
- Confirmada a morte cerebral, os dois médicos desligam o suporte de vida, no caso a ventilação. A quantidade de oxigénio irá, então, diminuir na interior nas células e os órgãos param. O processo demora perto de cinco minutos.

@Lusa
 
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