Moody's diz que teve em conta novas medidas de austeridade

As medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro Passos Coelho no debate do programa de Governo foram "tomadas em conta" na análise que a agência Moody's fez e que resultou na queda do 'rating' português.

"O consenso político e as medidas recentemente anunciadas pelo Governo foram tomadas em conta", disse à agência Lusa Anthony Thomas, vice-presidente e analista sénior de risco soberano da agência de notação Moody's.

Estes dois factores não foram suficientes para evitar os "riscos de deterioração", pelo que a Moody's considera que "o rating de Portugal está mais apropriado em Ba2", acrescentou.

A agência de notação Moody's anunciou, na terça-feira, que cortou em quatro níveis o 'rating' de Portugal, colocando a dívida do país na categoria de 'lixo' (junk).



In:JN

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A queda do rating de Portugal resultou de um conluio entre as agencias de rating e alguns dos agentes dos mercados financeiros, aqueles que se preparavam para adquirir os títulos da dívida portuguesa que iam hoje ser vendidos.
O que sucedeu era de esperar... Pois vejamos. Na véspera de Portugal ir ao mercado vender os títulos da dívida (e a Moody's sabia-o), a Moody's baixa o nível do rating de Portugal e a consequência é os juros a cobrar subirem.
Assim os tais agentes dos mercados financeiros, no espaço de 24 horas, podem subir a sua margem de lucro de forma que podem "justificar" (sem que os possamos acusar de estarem a roubar à descarada).
E a seguir?! É óbvio: os compradores dos títulos da dívida de Portugal pagam à Moody's os "serviços prestados".
Este é no fundo um problema de engenharia civil, mais precisamente de hidráulica, não é um problema de economia. O Consórcio formado pela Moody's + mercados financeiros merece o prémio Nobel da Hidráulica pois acabou de descobrir o método científico de acelerar o fluxo do dinheiro, a partir das poupanças de uma população inteira de um Estado (Portugal) em direcção aos seus "bolsos".