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Portugal é morada 'apetecível' para grupos terroristas

florindo

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O presidente do Observatório de Segurança e Terrorismo disse hoje que a localização periférica torna Portugal apetecível para operações de grupos terroristas, considerando que apesar de não ser uma prioridade da política de segurança tem havido alguma atenção ao fenómeno.

"Estamos numa zona periférica que é apetecível. Não é por termos menos vigilância. É evidente que eles [terroristas] sabem que não temos o terrorismo na primeira página da nossa agenda de segurança, mas tem havido um mínimo de cooperação internacional e de atenção das nossas autoridades para poder deter estes indivíduos e desmantelar estes grupos que por cá se vão estabelecendo", disse José Manuel Anes.

O presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) comentava assim a detenção pela Polícia Judiciária sexta-feira em Olhão de dois presumíveis elementos de uma facção dissidente do Exército Republicano Irlandês (IRA), o auto-intitulado IRA-Verdadeiro.

Na mesma operação, foi ainda detido um cidadão português, que serviria como intermediário na compra de armas para o grupo.

As autoridades apreenderam durante a operação 10 armas de fogo e 250 munições, que se encontravam na posse de um dos detidos.

"Há sempre colaboração de um ou outro nacional nestas actividades de apoio logístico, de compra de armas, de conseguir dinheiro para as redes terroristas. Neste caso, foi preso o intermediário português do tráfico porque a relação entre o terrorismo e o tráfico organizado é uma coisa que se verifica cada vez mais", disse José Manuel Anes.

O responsável do OSCOT lembrou o caso da descoberta em Óbidos de uma casa usada pelo grupo terrorista basco ETA, mas sublinhou que Portugal não é alvo de terrorismo.

"Nos não somos um alvo destes grupos terroristas. Nem deste terrorismo político, laico, como é o caso da ETA e do IRA nem do terrorismo religioso no caso dos islamistas. Não somos alvo para já e esperemos que nunca sejamos. Mas mesmo não sendo alvo de algum atentado, devemos solidariedade e cooperação aos países que são", sublinhou.

José Manuel Anes considera que cada vez mais é preciso dar atenção a este fenómeno, adiantando os casos da ETA em Óbidos e dos supostos elementos do IRA Verdadeiro no Algarve provam que a polícia portuguesa "tem capacidade e que tem activados os instrumentos de cooperação internacional" na luta contra o terrorismo.

O IRA-Verdadeiro, surgido em Outubro de 1997 de uma cisão do IRA, é um dos mais importantes grupos republicanos dissidentes que se opõem ao processo de paz na Irlanda do Norte.

O grupo deu-se a conhecer em 15 de Agosto de 1998 com o atentado de Omagh, o mais sangrento em trinta anos de conflito e que provocou a morte a 29 pessoas.

Foi também responsável em Março de 2009 por um ataque contra uma base britânica na Irlanda do Norte, que causou a morte de dois soldados.

O IRA, a principal milícia católica da Irlanda do Norte, renunciou à violência e desmantelou o seu arsenal em 2005.

Lusa / SOL
 
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