O nervosismo regressou em força aos mercados de dívida perante os receios de contágio da crise grega à economia italiana.
É nesse clima que a taxa de juro implícita das obrigações do Tesouro (OT) português a três anos superou esta manhã a barreira dos 20% no mercado secundário, um valor nunca antes visto desde a entrada do País para a zona euro, pelo menos.
Pelo mesmo caminho seguem as 'yields' das OT nacionais a dois e cinco anos, que sobem até aos 18,385% e 17,412%, respectivamente, novos máximos da era euro. Nos prazos mais longos, a taxa a dez anos renovou um novo recorde desde a adesão à moeda única nos 13,436%, agravando assim o diferencial ou ‘spread' entre as obrigações a dez anos e as bund alemãs para 1.064 pontos base.
A deterioração da percepção do risco em relação a Portugal é também visível na subida do preço dos ‘credit default swaps' (CDS) sobre as OT nacionais a cinco anos - uma forma de avaliar o risco de incumprimento do país. Este instrumento financeiro subia 86 pontos para 1.101 pontos base. É a segunda subida mais expressiva em todo o mundo, depois da Grécia, de acordo com o monitor da Bloomberg que acompanha 59 países. Em terceiro e quarto lugares surgem a Irlanda e Itália. A fechar o 'top 5' das maiores subidas está a Espanha.
A motivar a escalada dos indicadores de risco de Portugal estão as preocupações de que a Itália poderá ser o próximo país da zona euro a pedir resgate, motivadas pela recente subida dos juros italianos. A taxa a dez anos renovou hoje um máximo de Maio 2002, perante a tensão no seio do Governo italiano, com o primeiro-ministro Sílvio Berlusconi a opor-se ao forte plano de austeridade montado pelo ministro de Finanças Giulio Tremonti.
Numa tentativa de acalmar os mercados, a chanceler alemã Angela Merkel veio hoje afirmar que está confiante que o Governo italiano vai conseguir alcançar um acordo sobre um orçamento que corresponda às necessárias medidas de poupança e consolidação, adiantando que falou ontem ao telefone com Sílvio Berlusconi sobre este assunto.
O súbito contágio da crise de dívida a Itália terá levado, segundo uma fonte comunitária citada pela Reuters, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, a convocar para esta manhã uma cimeira de emergência com o presidente da Comissão, Durão Barroso e os três ‘senhores' do euro, Jean-Claude Juncker do Eurogrupo, Jean-Claude Trichet do BCE e o comissário Olli Rehn.
À tarde, os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) tentam ultrapassar divergências, sobretudo entre a França e a Alemanha, sobre os moldes do novo pacote de resgate à Grécia.
In:Economico
É nesse clima que a taxa de juro implícita das obrigações do Tesouro (OT) português a três anos superou esta manhã a barreira dos 20% no mercado secundário, um valor nunca antes visto desde a entrada do País para a zona euro, pelo menos.
Pelo mesmo caminho seguem as 'yields' das OT nacionais a dois e cinco anos, que sobem até aos 18,385% e 17,412%, respectivamente, novos máximos da era euro. Nos prazos mais longos, a taxa a dez anos renovou um novo recorde desde a adesão à moeda única nos 13,436%, agravando assim o diferencial ou ‘spread' entre as obrigações a dez anos e as bund alemãs para 1.064 pontos base.
A deterioração da percepção do risco em relação a Portugal é também visível na subida do preço dos ‘credit default swaps' (CDS) sobre as OT nacionais a cinco anos - uma forma de avaliar o risco de incumprimento do país. Este instrumento financeiro subia 86 pontos para 1.101 pontos base. É a segunda subida mais expressiva em todo o mundo, depois da Grécia, de acordo com o monitor da Bloomberg que acompanha 59 países. Em terceiro e quarto lugares surgem a Irlanda e Itália. A fechar o 'top 5' das maiores subidas está a Espanha.
A motivar a escalada dos indicadores de risco de Portugal estão as preocupações de que a Itália poderá ser o próximo país da zona euro a pedir resgate, motivadas pela recente subida dos juros italianos. A taxa a dez anos renovou hoje um máximo de Maio 2002, perante a tensão no seio do Governo italiano, com o primeiro-ministro Sílvio Berlusconi a opor-se ao forte plano de austeridade montado pelo ministro de Finanças Giulio Tremonti.
Numa tentativa de acalmar os mercados, a chanceler alemã Angela Merkel veio hoje afirmar que está confiante que o Governo italiano vai conseguir alcançar um acordo sobre um orçamento que corresponda às necessárias medidas de poupança e consolidação, adiantando que falou ontem ao telefone com Sílvio Berlusconi sobre este assunto.
O súbito contágio da crise de dívida a Itália terá levado, segundo uma fonte comunitária citada pela Reuters, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, a convocar para esta manhã uma cimeira de emergência com o presidente da Comissão, Durão Barroso e os três ‘senhores' do euro, Jean-Claude Juncker do Eurogrupo, Jean-Claude Trichet do BCE e o comissário Olli Rehn.
À tarde, os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) tentam ultrapassar divergências, sobretudo entre a França e a Alemanha, sobre os moldes do novo pacote de resgate à Grécia.
In:Economico