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PJ tem 80 quadros falsos de Joaquim Rodrigo

florindo

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Out 11, 2006
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Prestes a entrar no museu da PJ estão cerca de 80 quadros falsos atribuídos ao pintor Joaquim Rodrigo, falecido em 1997 e, segundo os entendidos, aquele que será o autor mais bem cotados nos próximos anos – um quadro hoje já vale 70 mil euros.

É uma das mais recentes investigações que a PJ tem em mãos. Há dois anos, estudiosos da obra do artista levantaram dúvidas sobre telas que entraram no mercado, através de leiloeiras.

Entre as vítimas está um galerista. Algumas falsificações, de tão grosseiras, saltavam à vista. «A partir de 1962, o Rodrigo nunca mais usou a cor azul, é o único artista do século XX que formou uma teoria da cor, só usava quatro cores e era ele que as fazia», sublinha Pedro Lapa, autor do catálogo raisonné de Joaquim Rodrigo.

«Como é possível pôr-se à venda coisas destas sem sequer consultar o catálogo onde estão os originais do artista? Isto só demonstra como o mercado em Portugal é ignorante e primitivo», lamenta o director do Museu Colecção Berardo.

Mas há excepções. A Cabral Moncada leilões, por exemplo, garante que nunca facilita. «Cada peça que aqui se licita é peritada e descrita ao pormenor com fotos, faz-se um contrato com o dono, que é identificado, e todos os dados são comunicados às autoridades.

Se o nosso perito tem uma dúvida, a peça pura e simplesmente não é leiloada», diz Pedro Alvim, director da leiloeira. Sem facturas nem peritos, diz o empresário, os riscos aumentam: «Quando há oportunidade de comprar uma grande obra pela porta do cavalo a pessoas que não se conhecem bem e depois ninguém viu nem sabe».

Estudos internacionais estimam que «mais de 40% das obras expostas em museus e galerias são falsas» – lembra João Oliveira, investigador da PJ, que conduziu muitos processos nesta área. «Portugal está um pouco mais abaixo, mas há estabelecimentos onde são apreendidas falsificações mais que uma vez. Só que a maioria dos comerciantes fecha-se para evitar publicidade negativa e até prefere arcar com o prejuízo», disse o coordenador, na II conferência sobre segurança do património, realizada há dois meses.

Do Brasil, garante, chegam muitas obras que não passam de embustes. No início desta década, a PJ apreendeu numa galeria de Lisboa vários trabalhos falsos de autores nacionais conceituados, como Arpad Zenes e Sousa Pinto.

Um marchand brasileiro esteve na origem do negócio: tentou provar que as obras eram autênticas, alegando ter comprado directamente à viscondessa de Morais, que viveu no Brasil. Tanto o marchand como o galerista foram constituídos arguidos, e o estabelecimento fechou portas.

SOL
 
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