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Anita na escola de vela

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Fev 29, 2008
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A Anita escreve À sua amiga Filipa:

“Estou na Escola de Vela As Gaivotas, onde aprendemos a navegar. O nosso horário é o seguinte: de manhã, ginástica, aulas teóricas e práticas; à tarde, saída de barco ou alguns exercícios. Deitamo-nos cedo porque nos levantamos de manhãzinha … Podes crer que ninguém se aborrece aqui na escola!

Trouxe o meu cão Pantufa. Ao princípio não o queriam aceitar, sabes? Mas o monitor foi muito simpático e intercedeu por ele. Assim, o Pantufa dorme no barracão dos barcos, em cima de uma manta.



Ontem houve sol e vento. Era um dia extraordinário para a vela e

saíram todos os barcos. Gostava que tivesses visto!

Somos muitos alunos, tanto rapazes como raparigas. Eu pertenço à

equipa dos Lobos-do-Mar. Vivemos em barracas de madeira. É maravilhoso.

Termino a carta porque tenho aulas.”



Estamos na aula dos Lobos-do-Mar. O monitor-que se chama Toni -explica o A B C da vela e da navegação … quer dizer, tudo o que os principiantes devem saber.

- Começamos pelo motor …

Os alunos riem e Toni escreve no quadro:

“O motor é a vela.”

- O que é que faz andar a vela? - pergunta o Pantufa.

- É o vento, claro! - responde a Anita. - O vento vem dos quatro pontos cardeais: norte, sul, este e oeste.

- Muito bem, Anita - diz o Toni. - Mas não é fácil servirmo-nos do vento e de uma vela! Não se aprende a conduzir um veleiro de um dia para o outro … como se fosse andar de bicicleta. Antes de começar a navegar é preciso conhecer muito bem o barco!



- Quem sabe o que é um veleiro?

- É um casco com um mastro e uma vela.

- Está bem, Anita … mas não é só isso!

- Pois… também tem moitões, tábuas, cordas …

- Tens de aprender os nomes correctos. Isto é um patilhão, que assegura a estabilidade do barco. O barco é dirigido pela cana do leme, que orienta o leme.

O Pantufa começa a achar a aula demasiado longa: - E se déssemos uma volta de barco?



Para uma pessoa se equilibrar bem num barco precisa de ter alma de marinheiro e bastante prática. Toni propõe um óptimo exercício: fazer voltar o adversário.

A equipa dos Lobos-do-Mar foi designada para se opor à dos Albatrozes.

A Anita tem dificuldade em equilibrar-se porque lhe falta experiência.

Um movimento em falso e … catrapuz! - Aguenta-te, Anita, aguenta-te!

Mas acaba por dar um mergulho. Mesmo

assim, merece palmas porque se aguentou bastante tempo! Atenção! Ninguém deve embarcar sem colete de salvação!



Um bom marinheiro deve informar-se sobre o tempo, a direcção e a força do vento. Para isso, consulta os boletins meteorológicos.

O céu, o mar e os barcos são amigos caprichosos. Cuidado com as surpresas quando surge a tempestade! Cuidado! Às vezes também se erra uma manobra. E isso é mais frequente do que imaginam! Uma onda, uma rajada de vento … e o barco volta-se!

- Socorro, socorro! - grita o Pantufa.

Na escola aprende-se a endireitar um barco virado.

- Põe-te de pé sobre o patilhão, Anita! - grita o Toni -, e cavalga o casco. É a maneira de o endireitares!



- Sabem brincar aos piratas?

<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Haverá espadas … e tubarões? - pergunta a Anita, preocupada.

- Nada disso! - explica o Toni. - Cada pirata manobra o seu barco. Há um tesouro escondido na ilha, onde um guarda impede o desembarque dos assaltantes. O primeiro que descobrir o tesouro irá comigo, no domingo, no meu bolinador … Estão de acordo? Vamos a isso!

Mas não basta remar para deslocar o barco sobre a água … Também é preciso manter o equilíbrio com os braços e as pernas, se não …

Um barco volta-se. Outro fica de través. O Patrício agarra a Anita.

Que grande brincadeira!



A Anita descobriu o tesouro. Tem direito ao passeio no bolinados do Toni. Mas hoje é a saída dos optimist. - O que é um optimist?

- É um veleiro para uma pessoa só, com uma vela e leme. É o melhor barco para se aprender a velejar.

Cada um aparelha o seu barco como maior cuidado. O Pantufa corre, desaustinado, de um lado para o outro:

- Vamos embarcar. Despachem-se!



Foi dada a partida. Os Lobos-do-Mar já largaram, logo seguidos pelos outros, em fila indiana como os patos.

Mas não é fácil manobrar no meio de tantos barcos. O Luís aproxima-se demasiado da Francisca. A Anita está com vento de

través.

O Toni anuncia a manobra:

- Vamos virar de bordo … Estão preparados?

Anita aguenta a cana do leme e vigia a vela, enquanto espera ordens. O Pantufa sente o coração aos pulos.

Que grande aventura!



Ao anoitecer, os optimist regressaram à escola de vela. O dia foi maravilhoso! O sol poente reflecte-se no mar. O vento caiu. Não há uma aragem. Os veleiros balançam suavemente sobre a água. Passa

uma gaivota. A noite aproxima-se.



No refeitório, os Lobos-do-Mar estão animados. Conversam alegremente, comentando os acontecimentos do dia: - O monitor é uma simpatia!

- Eu já o conhecia. É o mesmo do ano passado.

- Não é demasiado severo e ensina muito bem. Com ele tudo parece simples. É extraordinário!

- Podes perguntar-lhe tudo o que quiseres.

<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Viste o barco pneumático dele? Anda bem com qualquer tempo e safa quem estiver em apuros.

<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Achas que me vai levar no bolinador?

- Se te prometeu, não falha. O Toni nunca voltava com a palavra atrás.



No dia seguinte reúnem-se todos no cais:

- Sabes nadar?

- Evidentemente! Porquê?

-sempre aparece quem te possa salvar!

<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Tens razão, Rui. Toda a gente devia saber nadar!

- Sabes o que vamos aprender hoje, Anita?

- A dar nós!

- Ai, sim?

- Os nós são muito importantes! Há alguns terrivelmente complicados. Este, por exemplo! Estás a ver? …



Chegou o grande dia. O Toni vai levar a Anita no bolinador, um veleiro autêntico com vela grande e estai. A Anita tem sorte em passear num barco tão bom! Verifica cuidadosamente as adriças e as escotas. Oxalá não se parta nenhum cabo!



- O veleiro voa sobre as águas. Leva o monitor, a Anita e o Pantufa. O vento assobia alegremente no cordame.

O vento é caprichoso e sopra quando lhe apetece e donde lhe apetece. Os marinheiros tentam aprisioná-lo. Mas, para isso, é preciso ter habilidade.

<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Leme à esquerda, Anita …

<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Ai, ai! O barco vai voltar-se!

- Não te assustes! Vai tudo bem. Eu tomo conta da vela.



O Pantufa tem sempre muitas perguntas para fazer: “Como é que se anda contra o vento? … Que se faz para bordejar? … Quem tem prioridade?… O barco tem travões para parar? …” Claro que é complicado andar à vela! Para ser bom velejador não bastam algumas lições.

No próximo Verão, a Anita vai voltar para a escola de vela, que acha formidável.



Acabaram-se as férias! Começam as despedidas.

O céu está avermelhado. Amanhã vai haver temporal. Todos se apressam a desmontar os mastros e as velas.

As crianças fazem projectos para os próximos anos.

<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Quando tiver a carta de patrão de alto mar, hei-de dar a volta ao mundo e trarei montanhas de recordações: conchas, colares de pérolas, plumas de avestruz, peixes exóticos …

- Eu vou comprar um barco de cruzeiro. Um veleiro azul e vermelho com velas de tempo. E também um balão, claro! … Há-de chamar-se

Estrela Cadente.



<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Quem vai arrumar os barcos? - pergunta o Toni.

- Eu, eu!

<!–[if !supportLists]–>- <!–[endif]–>Eu também! - diz o Luís, arregaçando as mangas.

- Então, meninas, também precisamos de vocês! - Vamos lá!

Os barcos não devem ser arrastados pelo cais. Isso daria cabo da pintura do casco. É preciso erguê-los e transportá-los com todo o cuidado. Trata-se de um trabalho de equipa. Os Lobos-do-Mar entendem-se muito bem. E divertem-se bastante uns com os outros. Mas aprender a navegar não é brincadeira nenhuma! Há muito trabalho: dobrar as velas, lavar os barcos, limpar e arrumar o material …



- Não é altura para brincadeiras, meninos! … Se preguiçarem,

nunca mais acabamos! …

A Anita, o Luís, a Domingas … Toda a equipa está a trabalhar bem, e

sempre sorridentes. Na escola de vela não se aceitam preguiçosos que cruzem os braços. Felizmente os Lobos são bons companheiros! Está tudo a postos. No próximo ano, o material estará em bom estado. O monitor sorri, satisfeito … Parabéns, Lobos-do-Mar!



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FIM DO LIVRO
 
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