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Anita e as Quatro Estações

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Fev 29, 2008
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Pelo Ano Novo, Anita recebeu um belo presente do Avô: um calendário com estampas coloridas.

- Que lindo calendário! Vamos pendurá-lo na

parede-diz o Pedro.

- Sabem quantos meses tem o calendário da Anita?

O calendário da Anita tem doze meses. O primeiro mês chama-se Janeiro, e começa com as festas do Ano Novo. Nesse dia toda a família se reúne em

volta do pinheiro iluminado.

- Muito Bom Ano, queridos Pais! diz Anita.

- E muitas felicidades! - acrescenta o Pedro.

Todos se abraçam. Distribuem-se presentes. Anita

recebe um relógio de pulso, Pedro uns patins e

Pantufa um cestinho todo bonito, com uma almofada.

Fevereiro tem só vinte e oito dias: é com a pressa

de despachar o Inverno … Mas o Inverno é que não

se quer ir embora. A neve cai. A geada reluz nos beirais dos telhados, e os pardais andam aflitos com o frio.

Anita arranjou uma casinha de madeira e colocou-a

no pomar. Assim, os pássaros já têm onde se abrigar.

Depois de Fevereiro vem Março. É o mês da Primavera. O melro assobia, assobia … mas, por mais que se rale, a Primavera chega sempre atrasada.

Mesmo assim, é altura de tratar da horta, e depressa ! A Anita e o Pedro semeiam os legumes.

É tão bom jardinar! …

Mau! … Se o Pantufa continua a fazer buracos no chão, temos de o prender na casóta !

Mas que é isto?…

… Não ouvem os sinos? … Sinos da cidade, sinos

das aldeias …

É a festa da Ressurreição. Abril voltou à Terra.

- Vi a Primavera! -anuncia uma andorinha …

- Anda no cerejal … -canta o cuco.

Que grandes e que lindos são os ovos de Páscoa!

Há ovos de chocolate e ovos de açúcar, para a Anita,

para o Pedro, para todos os meninos seus amigos …

O jardim da Anita está em flor.

- Não cheiro bem? - pergunta o lilás.

-Reparem, reparem como eu cresço! –exclama o malmequer, esticando muito o pé.

- Que bem que se está ao sol… -suspiram os lírios.

A macieira espalha ao vento uma chuva de pétalas.

Os pintos correm atrás das borboletas. A Anita e o

Pedro vieram ao jardim apanhar flores para fazer uma

surpresa aos Pais.

É Maio, Maio florido.

Em Maio tudo está alegre: as aves, as flores, as fontes.

Hoje é dia de festa: são os anos da Mãe.

A Anita e o Pedro chamam-na à sala de visitas,

para lhe oferecerem um lindo ramo de junquilhos.

- Querida Mamã, havemos de ser sempre muito seus amigos! - e a Anita abraça a mãe de todo o coração.

Junho. Os dias já são compridos. O Sol queima.

O carreiro de formigas corre na poeira do atalho.

O lavrador anda a ceifar a erva.

Está calor, calor! Já é Verão.

O Pai tirou do sótão as cadeiras de lona e o guarda-sol. A Anita vestiu o vestido de linho e pôs o chapéu de palha. As flores têm sede. Toca a regá-las!

As cerejas e as ginjas põem-se muito vermelhas.

Quem não gosta de brincos de cerejas?

A Anita e o irmão treparam à cerejeira. Lá no alto,

o vento canta e o sol dança por entre as folhas.

- Vamos encher o cesto?

- Vamos, e amanhã ajudamos a Mamã a fazer as

compotas para o Inverno.

julho! Vivam as férias!

O Pai da Anita comprou uma roulotte. Anita, Pedro e Pantufa-toda a família-foram acampar na serra. A estrada atravessa as matas e joga às escondidas com as aldeias.

Lá no alto, na montanha, o pastorzinho guarda o

rebanho, o rio corre alegremente, e Barbicha, a cabrinha, salta de pedra em pedra.

No mês de Agosto, a seara, lá em baixo, no vale,

está madura. O lavrador ceifa o trigo. Os molhos,

encostados uns aos outros, parecem cabaninhas de telhado de palha, com uma abertura por onde se pode entrar.

E se fôssemos brincar às escondidas?

Anita e Pedro nunca se divertiram tanto. Que belo

dia de férias !

Mas já as andorinhas se reúnem nos fios telegráficos.

- O Inverno está à porta … Vamo-nos chegando…

- Eu cá, fico! - diz o pintarroxo.

O lavrador vindima as uvas e leva-as ao lagar.

Zzzz… zzzz… zumbe a vespa no pomar. Lá mais

acima, no bosque, o esquilo já anda a fazer a provisão de avelãs para o Inverno.

O Outono chegou. Estamos em Setembro.

O Sol está cansado de brilhar todo o Verão. Foi

ele que fez brotar os rebentos, desabrochar as flores,

alourar o trigo. Se não fosse o sol, não havia maçãs

no pomar nem castanhas no castanheiro. O Sol precisa de ir descansar.

Mas para os meninos as férias acabaram.

A Anita e o Pedro têm de voltar para a escola.

Entretanto, Pantufa irá correr por esses campos fora.

No campo, as castanhas caem dos ramos, o arado

lavra a terra, a erva está toda molhada.

Cá estamos, cá estamos! - grasnam os corvos,

que vêm em nuvens pousar nos sulcos.

Parecem papagaios de papel.

Vão-se embora! - grita Pantufa.

É Outubro, é Outubro! -respondem os corvos,

em ar de troça.

Quando chega Novembro, o vento sopra como

doido, as árvores agitam-se, as folhas secas voam.

Anita e Pedro varrem as ruas do jardim.

- Vou buscar o ancinho à arrecadação – diz Anita.

- E eu o carro de mão - diz o Pedro.

- Eu antes quero correr por cima das folhas ladra o Pantufa. - E muito mais pândego.

Acabou a colheita. As aves debandaram. O Inverno, que todos tinham esquecido, voltou à Terra.

Chegou Dezembro. A festa do Natal aproxima-se.

Na montra da loja de brinquedos armaram outra

vez a árvore de Natal. Anita e Pedro nunca se cansam

de admirar os brinquedos.

- Estás a ver o comboio eléctrico? Anda como os

comboios a sério … Olha o helicóptero …

- E aquela boneca, ali ao pé do palhaço… Que linda!

- Achas que o Menino Jesus me dará uma assim?…

No Inverno, a neve cai, cobrindo os telhados, as ruas

e os jardins. O vento geme nas árvores. Para não sentirem tanto o frio, a Anita e o Pedro atarefam-se a fazer

um grande boneco de neve, de barrete e vassoura na mão.

Toda a gente está satisfeita. Não tarda aí o ano

novo. A Primavera voltará … São os últimos dias do

calendário.
 
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