mjtc
GF Platina
- Entrou
- Fev 10, 2010
- Mensagens
- 9,471
- Gostos Recebidos
- 9
Em Portugal, a adopção do termo disco voador por parte da imprensa e da população em geral, para descrever fenómenos aéreos não identificados que começaram a ser relatados no meio do século passado, teve origem na expressão "flying saucer", criada pela media norte-americana após a observação do piloto Kenneth Arnold, em Junho de 1947. À medida que surgiam mais relatos na imprensa portuguesa, descrevendo manifestações aéreas inusitadas e com formas e características variadas, o uso do acrónimo OVNI, de objecto voador não identificado tornou-se necessário. Hoje em dia, o termo OVNI é o mais utilizado pela população do país para descrever o fenómeno ufológico, estando, no entanto, muito associado à hipótese extraterrestre. Existe contudo, outra denominação que começa a ganhar alguma notoriedade no país, a sigla FANI (Fenómeno Aéreo Não Identificado), cuja utilidade reside na constatação de que uma grande percentagem das observações não corresponde exactamente aquilo que poderia ser designado como um objecto. Apesar de ter sido comum na imprensa portuguesa, durante a época da ditadura, notícias sobre a observação de discos voadores, não houve organização de grupos civis de investigação. Há no entanto, algumas personalidades interessadas que divulgaram o tema, das quais podemos destacar o jornalista Hugo Rocha, autor dos primeiros livros portugueses sobre ovnis, e também Sánchez Bueno, com várias obras sobre o assunto. Bueno compilou tal número de notícias sobre ovnis que mais tarde, já nos anos 70, fundou o Centro de Estudos Cosmológicos e Parapsicológicos (CECOP), em Lisboa. Contudo, o cenário alterou-se completamente depois da Revolução dos Cravos, em Abril de 1974, e do regresso da democracia, crescendo o interesse por novas ideias e assuntos tabus, entre os quais estavam os ovnis. Apesar de ter sido formado em 1973, ainda no período pré-democrático, o Centro de Estudos Astronómicos e de Fenómenos Insólitos (CEAFI) é uma das mais importantes associações da história ovnilógica portuguesa. A entidade cresceu, em conjunto com outros grupos, na segunda metade dos anos 70, verdadeira época de ouro da Ovnilogia Portuguesa, quando existia não só maior número de grupos de investigação como publicações sobre a temática. Na década de 80, o interesse pela Ovnilogia tornou-se mais moderado. Depois da explosão na década anterior, mantiveram-se activos grupos como o CEAFI, que naquela década sofreu reestruturação e passou a ser designado por Comissão Nacional de Investigação do Fenómeno OVNI (CNIFO). Permaneceu na presidência Joaquim Fernandes, figura de referência na história da Ovnilogia Portuguesa [Fernandes é correspondente internacional da Revista UFO]. No início da década de 90 surgiu a Associação Portuguesa de Pesquisa de OVNI (APPO), liderada por Vítor Moreira, que deu importante contribuição à investigação ovnilogias naquele período. Na virada do século, com a desactivação dessas duas associações, a investigação dos ovnis em Portugal foi quase nula, ressalvando-se, porém, os esforços de investigadores independentes, como José Garrido e Paulo Cosmelli. Actualmente, pode-se observar um redespertar da Ovnilogia no país, em parte através da nova geração de pesquisadores. É nesse contexto que surge a Sociedade Portuguesa de Ovnilogia (SPO), fundada em Fevereiro de 2005, que desde então se tem dedicado à investigação científica da fenomenologia ovnilógica.
Última edição: