Vida em Marte?

O planeta Marte esteve sempre associado à vida extra terrestre. Não é à toa que marciano e E.T. têm o mesmo significado. Mesmo os cientistas sempre se ocuparam com a questão da possibilidade de vida em Marte. Desde Christian Huygens(1629-1695), um dos primeiros a observar Marte, sistematicamente, por telescópio; passando por Percival Lowell (1855-1924) a quem um biógrafo definiu "De todos os homens da história que propuseram perguntas e respostas sobre Marte, Lowell foi o mais influente e controverso."; até aos dias de hoje, cientistas têm gasto muito tempo e verbas estudando o planeta Marte. No final do século passado Lowell interpretou o que viu na superfície de Marte como grandes oásis no meio do deserto, com canais sistematicamente construídos para levar água a esses oásis. Hoje sabemos da impossibilidade de vida inteligente em Marte, mas e a vida microscópica? Já teria existido (ou mesmo, ainda existe) em Marte? Em Agosto de 1996, cientistas da NASA reacenderam o tema "Vida em Marte" para o grande público, ao anunciarem possíveis sinais de bactéria fóssil no meteorito que teria origem em Marte. Cientistas, por todo o mundo, continuam estudando amostras desse meteorito, mas a dúvida permanece.

Planeta Marte.

O Vale Marineris já foi confundido com um canal artificial.

Invadindo Marte

O planeta Terra tem invadido Marte. Essa invasão começou em 1963 com a nave Mars 1 da U.R.S.S. passando a 190.000 km de Marte. Em 1966 a Zond 2, também da U.R.S.S., entrou em órbita desse nosso vizinho. Em Novembro de 1971 uma sonda da Mars 2, foi o primeiro objecto feito pelo homem a alcançar o solo marciano. Logo no mês seguinte uma sonda da Mars 3 desceu suavemente no solo de Marte. Também em 1971-72 a Mariner 9, da NASA, em órbita desse planeta, fotografou o planeta. A invasão continuou na década de 70, principalmente, com o projecto Viking da NASA, que colocou duas naves em órbita e duas sondas na superfície de Marte. Nos anos 80 apenas a U.R.S.S. mandou naves a Marte, sem grandes novidades: as Phobos 1 e 2, com o objectivo de estudar, além do planeta, a sua lua Phobos. Em 1997 a sonda Mars Pathfinder da NASA, alcançou o solo marciano e nele colocou um pequeno robô de rodas, o Soujoner, com a missão principal de estudar as rochas de Marte. Actualmente a nave Mars Global Surveyor da NASA se encontra em órbita do Planeta Vermelho, nos enviando uma quantidade de dados sem precedentes sobre a sua superfície, atmosfera e magnetismo. Outras três naves já se encontram a caminho: a Mars Climate Orbiter e a Mars Polar Lander, da NASA, e a Nozomi, do Japão. Essa última irá orbitar Marte com o intuito de estudar sua atmosfera superior. As questões centrais que fomentam esses quase 40 anos de corrida a Marte continuam sendo três: a procura por provas de vida, passada ou presente (Vida é um elemento raro ou comum no universo?); o entendimento da possível grande mudança climática sofrida por Marte em sua história (A Terra poderá se tornar desértica como Marte?); e o conhecimento de seus recursos naturais (Quais são, como e quando explorá-los?).

A sonda Mars Pathfinder e o seu robô Sojouner em operação em Marte.

Arte: A Mars Global Surveyor em órbita de Marte.

Vida é Comum?

Porque gasta-se tanto dinheiro, recursos para saber se Marte teve ou tem micróbios? A resposta vem das aplicações que tais estudos, a médio prazo, poderão vir a ter em diversas áreas tais como micro electrónica, medicina, etc. É importante lembrarmos que uma das grandes questões da humanidade é o entendimento da vida.

Estamos sozinhos no Universo? A vida é um elemento raro ou comum no Universo?

Se algum outro planeta do Sistema Solar teve vida (não importa quando e em que estágio de desenvolvimento), e se a vida na Terra e nesse planeta não tiveram uma mesma origem (meteoritos oriundos da Terra levaram vida a esse planeta, ou vice-versa) então temos um forte indício a favor da vulgaridade da vida por todo o Universo. Marte, além de ser nosso vizinho imediato e por isso de mais fácil exploração, é do Sistema Solar, o planeta que mais se assemelha à Terra e, portanto, com maiores possibilidade de ter abrigado vida no seu passado remoto.

Paisagem marciana fotografada pela sonda Mars Pathfinder.

Pôr do Sol em Marte, fotografado pela sonda Mars Pathfinder.