Matapitosboss
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Economistas portugueses mostraram-se, este sábado, divididos quanto às consequências para Portugal do corte na classificação da dívida americana, com uns a defenderem que se tratou de um mero aviso e também quem ache que as consequências serão globais.
Na sexta-feira, a agência de notação financeira Standard and Poor's cortou para AA+ a classificação da dívida americana, o que acontece pela primeira vez na história.
Contactado pela Agência Lusa, o economista Manuel Caldeira Cabral disse que "é difícil saber de forma segura o que vai acontecer", apontando que o corte no 'rating' tem a ver com a avaliação da economia dos próprios Estados Unidos.
Para Caldeira Cabral, trata-se de um problema político dentro dos EUA, mas sublinhou que a Europa nada tem a ganhar com esta situação porque "tudo o que é mau para os Estados Unidos é mau para o mundo", apesar de não ver consequências diretas para Portugal.
"Primeiro porque a dívida dos Estados Unidos continua num nível muito seguro, e vejo esta baixa do 'rating' mais como um aviso das agências e do sistema internacional ao sistema político americano, mas o 'rating' americano continua a ser bastante seguro e nesse sentido não me parece que ponha em causa a estabilidade do sistema financeiro internacional", defendeu Caldeira Cabral.
Na opinião do economista, o problema das dívidas soberanas - que tem vindo a afectar países como Espanha, Itália e agora os EUA - mostra que actual crise "veio para ficar e vai ser um peso em cima de muitos países, e de Portugal em particular, para os próximos anos".
Ainda assim, entende que a Europa não precisa de se salvaguardar porque "não é uma situação muito grave", mas que não deve também, por outro lado, "regozijar-se com isto".
Já o economista Miguel Beleza classifica o corte no 'rating' como limitado, acrescentando que "é difícil admitir que os Estados Unidos não sejam capazes de cumprir com os seus compromissos".
"Para já não ligaria excessivamente a esse corte de 'rating', defendeu o ex-ministro das Finanças, acrescentando que "não faz muita diferença para Portugal".
"Não ficamos muito contentes, mas não penso que por aí venha algum particular problema e penso até que este problema é temporário e que o 'rating' da dívida americana volta a subir mais", apontou.
Beleza disse não acreditar que haja um movimento de contágio a outros países da União Europeia, "a menos que a agência queira mostrar alguma independência em relação aos Estados Unidos".
Já em matéria de medidas que a Europa possa tomar para se antecipar a possíveis contágios, Miguel Beleza apontou que devem ser independentes deste fenómeno e disse ser preciso um Fundo de Equilíbrio mais forte, porque "quanto mais poderoso, menos provável é que precise de se utilizar".
Opinião diferente tem o economista e professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) Luís Nazaré, para quem haverá sempre efeitos, independentemente das "muitas reservas que as agências de 'rating' devem merecer".
"Os efeitos possivelmente não se limitarão a mais uns pontos nas taxas de juro praticadas sobre a dívida soberana dos Estados Unidos e provavelmente haverá repercussões em todo o planeta, mesmo que se tenha tratado [apenas] da descida de um grau", defendeu o economista.
Para Nazaré, Portugal também pode sair prejudicado porque está dentro do sistema financeiro global.
"Os vasos comunicantes são globais, são instantâneos, e desse ponto de vista vai com certeza produzir alguns efeitos, agora o grau desses efeitos é que é ainda muito cedo para podermos estimar", sublinhou o professor do ISEG.
In' JN
Na sexta-feira, a agência de notação financeira Standard and Poor's cortou para AA+ a classificação da dívida americana, o que acontece pela primeira vez na história.
Contactado pela Agência Lusa, o economista Manuel Caldeira Cabral disse que "é difícil saber de forma segura o que vai acontecer", apontando que o corte no 'rating' tem a ver com a avaliação da economia dos próprios Estados Unidos.
Para Caldeira Cabral, trata-se de um problema político dentro dos EUA, mas sublinhou que a Europa nada tem a ganhar com esta situação porque "tudo o que é mau para os Estados Unidos é mau para o mundo", apesar de não ver consequências diretas para Portugal.
"Primeiro porque a dívida dos Estados Unidos continua num nível muito seguro, e vejo esta baixa do 'rating' mais como um aviso das agências e do sistema internacional ao sistema político americano, mas o 'rating' americano continua a ser bastante seguro e nesse sentido não me parece que ponha em causa a estabilidade do sistema financeiro internacional", defendeu Caldeira Cabral.
Na opinião do economista, o problema das dívidas soberanas - que tem vindo a afectar países como Espanha, Itália e agora os EUA - mostra que actual crise "veio para ficar e vai ser um peso em cima de muitos países, e de Portugal em particular, para os próximos anos".
Ainda assim, entende que a Europa não precisa de se salvaguardar porque "não é uma situação muito grave", mas que não deve também, por outro lado, "regozijar-se com isto".
Já o economista Miguel Beleza classifica o corte no 'rating' como limitado, acrescentando que "é difícil admitir que os Estados Unidos não sejam capazes de cumprir com os seus compromissos".
"Para já não ligaria excessivamente a esse corte de 'rating', defendeu o ex-ministro das Finanças, acrescentando que "não faz muita diferença para Portugal".
"Não ficamos muito contentes, mas não penso que por aí venha algum particular problema e penso até que este problema é temporário e que o 'rating' da dívida americana volta a subir mais", apontou.
Beleza disse não acreditar que haja um movimento de contágio a outros países da União Europeia, "a menos que a agência queira mostrar alguma independência em relação aos Estados Unidos".
Já em matéria de medidas que a Europa possa tomar para se antecipar a possíveis contágios, Miguel Beleza apontou que devem ser independentes deste fenómeno e disse ser preciso um Fundo de Equilíbrio mais forte, porque "quanto mais poderoso, menos provável é que precise de se utilizar".
Opinião diferente tem o economista e professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) Luís Nazaré, para quem haverá sempre efeitos, independentemente das "muitas reservas que as agências de 'rating' devem merecer".
"Os efeitos possivelmente não se limitarão a mais uns pontos nas taxas de juro praticadas sobre a dívida soberana dos Estados Unidos e provavelmente haverá repercussões em todo o planeta, mesmo que se tenha tratado [apenas] da descida de um grau", defendeu o economista.
Para Nazaré, Portugal também pode sair prejudicado porque está dentro do sistema financeiro global.
"Os vasos comunicantes são globais, são instantâneos, e desse ponto de vista vai com certeza produzir alguns efeitos, agora o grau desses efeitos é que é ainda muito cedo para podermos estimar", sublinhou o professor do ISEG.
In' JN