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EDP desligou baixadas clandestinas e 60 famílias ficaram às escuras
A EDP desligou as baixadas clandestinas a cerca de 60 famílias em Setúbal, instaladas nas ruínas da uma antiga fábrica, disse hoje o padre Constantino Alves, enquanto a empresa justificou com o facto de serem ligações ilegais.
O pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição classificou a retirada da energia eléctrica como uma «acção repressiva», considerando ainda como «profundamente imoral e injusta, apesar de legal», escreveu numa carta dirigida à agência Lusa.
A empresa cortou a electricidade na 'Quinta da Parvoíce', retirando as «baixadas clandestinas» na manhã da quarta-feira, confirmou à agência Lusa fonte da empresa de energia eléctrica.
A empresa recorreu ao apoio de agentes da Policia de Segurança Pública, «por motivos de segurança dos funcionários», acrescentou a mesma fonte da EDP.
Os habitantes daquele aglomerado «foram fazendo baixadas ilegais e retiravam energia», situação que «coloca em risco os próprios moradores», explicou à Lusa fonte policial.
O corte de fornecimento de energia deixou «cerca de 200 pessoas» sem electricidade, o que degrada os «bens alimentares e congelados», além de toda a população ter ficado às escuras e as crianças impossibilitadas de fazerem os deveres escolares, refere o pároco na carta enviada.
O padre justifica a necessidade de baixadas ilegais por tratar-se de pessoas «muito marcadas pelo desemprego, trabalho precário e pobreza», e famílias «forçadas a abandonar apartamentos e a construir casas clandestinas».
O religioso acusou ainda a EDP de «não fazer contratos para o fornecimento de electricidade», ao que a empresa respondeu não existirem infra-estruturas ou condições de segurança e certificadas para o fornecimento de energia eléctrica.
O padre sugere uma «acção enquadrada e concertada entre a Segurança Social, câmara e junta de freguesia na prevenção das causas que forçam estas famílias a viverem em casas clandestinas», lê-se no documento.
Lusa/SOL