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Agente da PSP desfigurado em comboio já fez 42 operações cirúrgicas

florindo

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O agente da PSP desfigurado por uma peça metálica que penetrou no comboio em que viajava, sofreu já 42 intervenções cirúrgicas, num processo «muito doloroso», do ponto de vista físico e psicológico, afirmou hoje uma das testemunhas.

Ana Aguiar, que foi educadora de infância do agente Paulo Monteiro e se tornou amiga da família, depôs hoje no Tribunal de Santarém, num processo no qual o próprio será ouvido na sessão marcada para o próximo dia 29, já que a junção de documentos, hoje, pelo seu advogado, levou o juiz a conceder o prazo para consulta requerido pelos restantes mandatários.

Ana Aguiar sublinhou a «grande coragem» de Paulo Monteiro em todo o processo, lamentando a falta de «qualquer apoio emocional», à excepção do prestado pela família e amigos, e a forma como foi confrontado com o aspecto do seu rosto, sem qualquer preparação prévia.

Paulo Monteiro foi atingido, há oito anos, na cara por uma peça metálica que se desprendeu da composição que se cruzou com o comboio em que seguia e que o deixou sem nariz, sem o maxilar superior esquerdo e praticamente sem palato, tendo ainda sido afectado no canal auditivo e na capacidade de visão do lado esquerdo do rosto.

A testemunha confirmou que, depois de Paulo Monteiro sair do coma induzido, viu a «desfiguração grave» do seu rosto e tem acompanhado o longo processo de recuperação.

Depois das primeiras intervenções no hospital de Santarém e no hospital de S. João, no Porto - de onde foi levado a Madrid para colocar uma prótese no nariz em que «era como se fosse um boneco com um nariz colado» e à qual nunca se adaptou, segundo Ana Aguiar -, Paulo Monteiro iniciou no Brasil um processo de reconstrução do rosto.

A reconstrução, na clínica Ivo Pitanguy, tem sido feita a partir de elementos do seu próprio corpo – ossos, músculo e pele -, esperando o agente que a intervenção agendada para Outubro possa concluir a parte estética, corrigindo o «descair» do lado direito do rosto, disse Ana Aguiar.

A testemunha relatou as dificuldades económicas por que tem passado Paulo Monteiro, que só recentemente regressou ao trabalho, numa unidade da divisão de investigação criminal da PSP do Porto, onde não tem contacto directo com o público.

O advogado de Paulo Monteiro, Francisco Espinhaço, disse à Lusa que a CP tem custeado as despesas com os tratamentos no Brasil, embora as verbas concedidas para o período de permanência, em que tem sempre que ser acompanhado ou pela mulher ou pela mãe, obriguem a grande contenção.

Referiu a situação económica difícil que vive (ganha actualmente menos do que quando ingressou na PSP, já que não recebe por extras nem progrediu na carreira), adiantando ser, neste momento, difícil calcular o montante da indemnização cível que irá requerer.

O processo tem quatro arguidos – quatro funcionários da CP – que são acusados do crime de ofensa à integridade física por negligência grave, passível de uma pena de prisão até dois anos ou multa até 240 dias.


A Bola
 
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