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Coimbra: Sem abrigo traduzem pobreza em obra de arte colectiva

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RoterTeufel

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"Levantados do chão, pratos negros e giz branco" obra para expressar sentimentos colectivos
Coimbra: Sem abrigo traduzem pobreza em obra de arte colectiva

Três centenas de sem abrigo transformaram-se em artistas numa obra colectiva que irá ser inaugurada na próxima segunda-feira em Coimbra. Nela expressam o que é ser pobre e que "a rua não é vida para ninguém".

Sem abrigo "é não ter uma telha, não ter pão, não ter cobertor", escreveu Paulo, 47 anos, com giz branco num prato negro que simboliza a pobreza. Paulo irá juntar-se aos outros 364 sem abrigo que compõem a instalação colectiva a exibir no Largo da Portagem.

Intitulado "Levantados do chão: pratos negros e giz branco", o projecto da Associação Hemisférios Solidários, com o apoio da Câmara de Coimbra, foi elaborado por pessoas sem abrigo em risco de exclusão, que registaram os seus testemunhos sobre a situação precária em que se encontram.

A pernoitar há um mês no Choupal, Paulo contou que a sua vida deu "uma volta de 180 graus" devido a problemas com "o banco e as finanças", que o levaram a "abandonar tudo", até o seu trabalho como carpinteiro. "No Inverno penso ter tudo resolvido, agora o que me falta é um trabalho", revelou durante uma sessão de preparação da instalação, projecto que, confessou, o ajudou a evitar "baralhar o cérebro" com os problemas que o afligem.

Fábio, de 21 anos, outro sem abrigo envolvido no projecto, tem uma história diferente para contar. "Antigamente, metia-me na droga para esquecer. Vou fazer tratamento", referiu o jovem, a viver há um ano na rua, pernoitando actualmente numa fábrica abandonada.

Segundo Eduardo Marques, presidente da Hemisférios Solidários, "o prato negro é a bandeira da fome".

A inaugurar no Dia Mundial de Luta contra a Pobreza, a instalação de arte comunitária estará patente até dia 22 e serve de pretexto para reflectir, debater e consciencializar a comunidade para a importância de combater a pobreza.


C.da Manha
 
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