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O recurso às ecocardiografias tridimensionais é recente em Portugal, mas tem tendência a crescer. Para que os profissionais de saúde portugueses pudessem aprender mais sobre este exame decorreu no início do mês no Hospital de S. João, no Porto, um curso teórico-prático ministrado por uma centena de especialistas sobre a ecocardiografia tridimensional.
Esta nova tecnologia distingue-se por permitir obter imagens mais precisas e mais realistas em menos tempo. O sistema possibilita uma melhor visualização das zonas do coração que, por norma, são de acesso mais difícil através da ecocardiografia convencional.
Em declarações à RTP, um dos médicos do Hospital de São João presentes no curso explicou como este exame a três dimensões pode ser especialmente útil. De acordo com Filipe Macedo, quando existam, por exemplo, “patologias da válvula mitral ou outras em que haja uma grande complexidade anatómica” a tecnologia poderá dar uma ajuda significativa.
Embora só tenha começado a ser utilizada há pouco tempo no nosso País, este tipo de ecocardiografia chegou a Espanha há mais de 10 anos. José Zamorano, médico do Hospital de S. Carlos, em Madrid, defende que esta é “uma grande inovação e um passo diferente” quando comparado com a tridimensionalidade noutros exames, como os da ginecologia.
“O coração move-se muito mais do que um bebé. Bate cem mil vezes por dia, expulsa sete litros de sangue por dia. Como está sempre a contrair-se, a tecnologia tem que ser superior, melhor do que a utilizada para ver um bebé”, acrescentou Zamorano por ocasião do curso teórico-prático, que permitiu aos especialistas realizar um exame verdadeiro a uma paciente.
A RTP avançou ainda que esta tecnologia tem também vantagens em relação à convencional ao nível dos custos. A ecocardiografia 3D pode contribuir para eliminar vários exames que até aqui eram obrigatórios, ajudando a reduzir os gastos.
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