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Ministra 'pode não gostar de mim mas eu também não gosto dela'
O Bastonário da Ordem dos Advogados assumiu hoje que não gosta da ministra da Justiça exigindo, apesar das divergências com Paula Teixeira da Cruz, o cumprimento da relação institucional entre a tutela e o representante dos advogados.
«A senhora ministra da Justiça pode não gostar de mim e tem todo o direito, porque eu também não gosto dela», disse hoje Marinho Pinto, na Figueira da Foz, durante a sessão de encerramento do VII Congresso dos Advogados Portugueses.
Marinho Pinto, adiantou, porém, esperar que o Ministério da Justiça, «independentemente de toda a hostilidade que há em relação ao Bastonário, saiba ter uma postura institucional com a Ordem dos Advogados».
Marinho Pinto voltou a criticar a saída de Paula Teixeira da Cruz da sala onde decorreu, sexta-feira, a sessão de abertura do congresso, antes de terminados os discursos, bem como a forma utilizada pela ministra - advogada embora com a inscrição suspensa - para se dirigir aos presentes, por mais de uma vez tratados por «colegas».
«Represento os advogados portugueses e ela, como ministra da Justiça, não representa nem é a líder de uma facção dentro da Ordem. Ela representa o Governo na área da Justiça e deve ter com todos a mesma postura, deve tratar a todos por igual», argumentou.
«Pode não concordar com o que eu digo, como eu não concordo com o que ela faz. Mas tem o dever constitucional de tratar a Ordem e o seu representante máximo com o respeito institucional que merecem», sustentou o Bastonário.
Marinho Pinto criticou também a atitude da ministra em se dirigir ao congresso enquanto advogada: «Disse aqui que falava como advogada.
Estranho, ela não foi convidada como isso e como advogada não tinha direito a falar neste Congresso, foi convidada como ministra da Justiça», frisou.
«Quem ocupa funções institucionais não deve despir a veste institucional quando se relaciona institucionalmente com as outras instituições», alegou.
Antes de Marinho Pinto, interveio o presidente do Secretariado do Congresso, Mário Diogo - que discursava, na sessão de abertura, quando a ministra saiu da sala - que também criticou o incidente, dirigindo-se «olhos nos olhos» à assistência e a uma casa que disse sua, expressões utilizadas por Paula Teixeira da Cruz.
Mário Diogo deu a entender que a organização não foi previamente avisada da necessidade da ministra se ausentar, acusando Paula Teixeira da Cruz, embora por outras palavras, de desrespeitar o congresso.
«Tivesse eu um chefe de gabinete e teria anunciado desde logo ao secretariado a minha ausência forçada, nem que fosse no espaço que medeia entre a porta de entrada do Centro de Artes e Espectáculos [onde decorreu o congresso] e o grande auditório», ilustrou.
«O anúncio da minha ausência forçada impõe-se por rectidão de carácter, apanágio de qualquer advogado que se preze (?)
Aliás, nem precisava de ser advogado porque tal me é imposto por educação», disse.
Lusa/SOL
O Bastonário da Ordem dos Advogados assumiu hoje que não gosta da ministra da Justiça exigindo, apesar das divergências com Paula Teixeira da Cruz, o cumprimento da relação institucional entre a tutela e o representante dos advogados.
«A senhora ministra da Justiça pode não gostar de mim e tem todo o direito, porque eu também não gosto dela», disse hoje Marinho Pinto, na Figueira da Foz, durante a sessão de encerramento do VII Congresso dos Advogados Portugueses.
Marinho Pinto, adiantou, porém, esperar que o Ministério da Justiça, «independentemente de toda a hostilidade que há em relação ao Bastonário, saiba ter uma postura institucional com a Ordem dos Advogados».
Marinho Pinto voltou a criticar a saída de Paula Teixeira da Cruz da sala onde decorreu, sexta-feira, a sessão de abertura do congresso, antes de terminados os discursos, bem como a forma utilizada pela ministra - advogada embora com a inscrição suspensa - para se dirigir aos presentes, por mais de uma vez tratados por «colegas».
«Represento os advogados portugueses e ela, como ministra da Justiça, não representa nem é a líder de uma facção dentro da Ordem. Ela representa o Governo na área da Justiça e deve ter com todos a mesma postura, deve tratar a todos por igual», argumentou.
«Pode não concordar com o que eu digo, como eu não concordo com o que ela faz. Mas tem o dever constitucional de tratar a Ordem e o seu representante máximo com o respeito institucional que merecem», sustentou o Bastonário.
Marinho Pinto criticou também a atitude da ministra em se dirigir ao congresso enquanto advogada: «Disse aqui que falava como advogada.
Estranho, ela não foi convidada como isso e como advogada não tinha direito a falar neste Congresso, foi convidada como ministra da Justiça», frisou.
«Quem ocupa funções institucionais não deve despir a veste institucional quando se relaciona institucionalmente com as outras instituições», alegou.
Antes de Marinho Pinto, interveio o presidente do Secretariado do Congresso, Mário Diogo - que discursava, na sessão de abertura, quando a ministra saiu da sala - que também criticou o incidente, dirigindo-se «olhos nos olhos» à assistência e a uma casa que disse sua, expressões utilizadas por Paula Teixeira da Cruz.
Mário Diogo deu a entender que a organização não foi previamente avisada da necessidade da ministra se ausentar, acusando Paula Teixeira da Cruz, embora por outras palavras, de desrespeitar o congresso.
«Tivesse eu um chefe de gabinete e teria anunciado desde logo ao secretariado a minha ausência forçada, nem que fosse no espaço que medeia entre a porta de entrada do Centro de Artes e Espectáculos [onde decorreu o congresso] e o grande auditório», ilustrou.
«O anúncio da minha ausência forçada impõe-se por rectidão de carácter, apanágio de qualquer advogado que se preze (?)
Aliás, nem precisava de ser advogado porque tal me é imposto por educação», disse.
Lusa/SOL