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Moedas de escudo vão ser derretidas

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Moedas de escudo vão ser derretidas


Toneladas de moedas de escudo estão, desde 2002, armazenadas nas instalações militares do Campo de Tiro de Alcochete

Numa altura em que paira o medo de Portugal abandonar o euro, o Estado está a preparar-se para derreter as moedas de escudo que estão guardadas desde 2002 – momento da adesão à moeda única europeia.

Toneladas de moedas de escudo, que foram recolhidas em todo o país há nove anos, estão à guarda de militares da Força Aérea. Local: o Campo de Tiro de Alcochete, o mesmo que um dia dará lugar ao novo aeroporto internacional de Lisboa.

Nos últimos anos, a Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM) manifestou várias vezes interesse em fundir as moedas e aproveitar as ligas metálicas. São variadas e incluem metais como prata, cobre e níquel.

Destruição à vista

Na semana passada, apurou o SOL, uma equipa da INCM, auxiliada por várias máquinas, instalou-se em Alcochete com o intuito de avaliar as moedas de escudo para, presumivelmente, proceder depois à sua destruição.

É o adeus definitivo à velha divisa.

Por ano, a INCM chega a fabricar cerca de 200 milhões de moedas.

«Um stock da envergadura do dos escudos dava muito jeito», confessa ao SOL fonte do sector.

Acresce a isto o facto de o preço da prata ter subido muito nos últimos meses, mais do que o do ouro (embora este seja muito mais valioso), o que reforçou o interesse em destruir e aproveitar os velhinhos escudos.

A intenção é antiga. O curioso é que acontece agora, num momento de crise económica em que várias vozes se levantam a defender a saída de Portugal do euro e o regresso ao escudo.

Toneladas e toneladas de moedas de escudo, reunidas pelo Banco de Portugal, ocupam vários paióis do campo de tiro de Alcochete, que, entre outras coisas, também guardou farinhas contaminadas pela BSE (doença das vacas loucas).

É uma área grande: nos 7.539 hectares há campo de tiro, campo de aviação e uma zona de armazéns.

«Nós fornecemos os paióis e a segurança devida», afirmou ao SOL fonte da Força Aérea.

O fabrico de moeda está a cargo da INCM, que satisfaz as encomendas pedidas pelo Banco de Portugal. A ‘fábrica’ funciona mesmo no edifício sede da Casa da Moeda, na zona do Arco do Cego, no centro de Lisboa.

Notas no Carregado

Para além das moedas de Euro, são ali produzidas muitas moedas comemorativas, bem como as moedas de Timor-Leste.

As notas são fabricadas no complexo do Banco de Portugal do Carregado, concelho de Alenquer, onde, aliás, estão guardadas as reservas de ouro do país.

O SOL contactou a INCM e o Banco de Portugal, mas nenhuma das entidades adiantaram mais pormenores sobre a destruição das moedas.

Já o Ministério das Finanças remeteu o assunto para o Banco de Portugal.

Um dos mistérios que está por desvendar é por que razão as moedas estão há nove anos à espera de destino.

Aparentemente, terá sido por inércia da direcção-geral do Tesouro, o proprietário formal da divisa fora de circulação.

A Espanha, por exemplo, anunciou logo em 2002 a destruição das moedas de pesetas e o aproveitamento da liga metálica para fins industriais.

No país vizinho, ainda existem hoje 1.721 milhões de euros em pesetas que não foram trocadas pela nova moeda.

Em altura de crise, os comerciantes de uma pequena localidade piscatória na Galiza, Mugardos, estão a vender bens por pesetas – que muitas pessoas ainda guardam em casa – para estimular o poder de compra e animar a economia.


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