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Candidatura do Fado à UNESCO 'já é uma vitória'

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Set 22, 2006
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As fadistas Ana Moura e Luísa Rocha consideram que independentemente do veredicto dos peritos da UNESCO na reunião de Bali, que poderá estabelecer o Fado como Património Imaterial da Humanidade, o género musical já ganhou em investigação e promoção.
«A UNESCO considerar o Fado como Património Imaterial da Humanidade é a cereja no topo do bolo», disse Ana Moura que sublinhou «o ambiente de grande entusiasmo que se gerou no meio fadista em torno da candidatura».
Luísa Rocha, que recentemente actuou nos Estados Unidos, afirmou à Lusa que se«promoveu o fado como não era feito há muito tempo, realizaram-se imensos eventos e surgiram novas vozes e músicos».
«O trabalho feito pela candidatura é já uma vitória, deu-se a devida importância ao património histórico, procurou-se resgatar muitas gravações, tomar nota escrita de muita informação que circulava apenas oralmente, pois o Fado é essencialmente uma tradição oral», disse Luísa Rocha.
Também Ana Moura sublinhou «o trabalho de investigação feito e o ter sido recuperado muito património histórico que se tem digitalizado».
«Já se ganhou com o trabalho feito pela preparação», enfatizou Ana Moura, em vésperas de partir para Itália.
«Caso alcancemos a classificação, tal como todos desejamos, servirá certamente para divulgar ainda mais o Fado que é aliás, uma música que se exporta de uma forma incrível, e temos o exemplo da Amália [Rodrigues] numa época em que não havia tantos meios e facilidades como hoje em dia», afirmou à Lusa a intérprete de Os búzios.
«O Fado é a nossa música, a que mais nos representa», sublinhou Luísa Rocha que acrescentou que, caso o Fado seja inscrito na lista do Património Imaterial da Humanidade, «irá certamente responsabilizar-nos mais pelo seu cuidado».
Ana Moura iniciou carreira no começo do século, na casa de fados do poeta José Luís Gordo e da fadista Maria da Fé, Senhor Vinho, em Lisboa, depois de uma tímida carreira na área pop.
Em 2003 editou Guarda-me a vida na mão, produzido por Jorge Fernando que tem produzido todos os seus álbum até à actualidade. Deste primeiro álbum tornou-se um êxito Sou do fado, sou fadista.
Seguiu-se o duplo CD Aconteceu, em 2004, que abriu definitivamente o mercado internacional a Ana Moura e lhe valeu uma nomeação aos neerlandeses Prémios Edison.
Actuou em emblemáticos palcos do mundo como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, e foi convidada por Tim Ries para integrar o The Rolling Stones Project, vindo a actuar com a banda no estádio José de Alvalade, em Lisboa, para 40.000 pessoas.
Em 2007 editou o álbum Para além da saudade em que a par de outros êxitos, canta Os búzios. O volume de vendas do CD é já triplo disco de platina, e a intérprete de Anel de prata recebeu nesse ano o Prémio Amália para a Melhor Intérprete. Faz os coliseus, edita um DVD e recebeu o Prémio Internacional da Portuguese American Leadership Council Association.
Há dois anos Ana Moura editou Leva-me aos fados que é já disco de platina.
Luísa Rocha canta há dez anos mas só no início do ano editou o primeiro álbum, Por uma noite de amor, produzido por Carlos Manuel Proença. A fadista conta ainda uma participação em Amália, o filme, de Carlos Coelho da Silva.
A candidatura do Fado a património imaterial foi apresentada pela Câmara Municipal de Lisboa através da EGEAC/Museu do Fado em Junho de 2010, e será votada no VI Comité Inter-Governamental da Convenção da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), que se reúne de 22 a 29 deste mês em Bali, na Indonésia.
A candidatura portuguesa está entre as sete recomendadas pelo comité de peritos da UNESCO, ao lado do conhecimento dos jaguares, pelos xamãs da tribo ameríndia colombiana Yurupari, da música Mariachi, do México, das danças Nijemo Kolo da Dalmácia (Croácia), da música e dança tsiattista do Chipre, e a cavalgada de reis da Morávia (República Checa).


Lusa/SOL
 
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