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American Airlines pede recuperação judicial

jairobel

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Set 24, 2006
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Empresa tem US$ 4,1 bilhões em caixa para honrar US$ 29,5 bilhões de dívidas

NOVA YORK — A companhia aérea americana American Airlines e sua matriz, AMR, pediram recuperação judicial na manhã desta terça-feira. Conforme prevê a lei dos EUA, o conglomerado pediu proteção contra a falência.
Foi protocolado requerimento na Justiça para que a American Airlines seja enquadrada no capítulo 11 do Código de Falências dos EUA. Depois do requerimento, as ações da companhia recuaram mais de 60% no pré-mercado da Bolsa da Nova York (Nyse) e durante o pregão já chegaram a cair 86%.
A American Airlines é a terceira maior companhia aérea dos EUA, atrás apenas da United Continental e da Delta Air Lines.
Segundo a assessoria de imprensa da American Airlines no Brasil, o pedido não altera o funcionamento da empresa e todas as viagens programadas serão mantidas. Nos EUA, a empresa informou que todas as operações serão mantidas ao longo do processo judicial.


O capítulo 11 assemelha-se no Brasil à lei de recuperação judicial (conhecida como a nova Lei de Falências), que substituiu a antiga concordata. Pelo capítulo 11, a empresa (ou pessoa física) fica protegida da cobrança de credor até que se chegue a um acordo sobre o pagamento das dívidas, evitando-se a falência. A recuperação precisa ser aceita por um tribunal, que fica responsável pela supervisão do processo.


A recuperação judicial, se for concedida pela Justiça, vai possibilitar à empresa montar um plano de reestruturação e ganhar condições especiais para honrar suas dívidas e compromissos financeiros.

"A American tomou essa atitude a fim de alcançar uma estrutura de custo e dívida que seja competitiva na indústria aérea", afirmou a empresa em comunicado.

Os papéis da American Airline desvalorizam quase 80% na Bolsa de Nova York nesta terça-feira. Após a abertura da Bolsa de Nova York as ações caíram 86% e foram negociadas por US$ 0,23. No fim da manhã se recuperam um pouco e estavam valendo US$ 0,33, com desvalorização de 79,64%. Na segunda-feira, a ação da empresa fechou cotada a US$ 1,62, e nesta terça estava sendo negociada a US$ 0,64 antes da abertura do pregão.

As ações de suas rivais estão subindo: 8,5% para os papéis da US Airways, 4% de alta nas ações da United e 3% no caso de Delta. Os papéis da American Airlines já perderam 79% de seu valor desde janeiro, após especulações de que um pedido de falência da empresa aconteceria ainda este ano.

A preocupação com a saúde financeira da empresa se acentuou após 30 de setembro, quando a American tinha US$ 24,7 bilhões em ativos e US$ 29,6 bilhões em dívidas, de acordo com informações do tribunal de falências federal em Manhattan. A companhia informou que tem cerca de US$ 4,1 bilhões em caixa e investimentos de curto prazo que pode usar para pagar fornecedores e fornecedores. No ano passado, a America Airlines reportou um prejuízo de US$ 471 milhões e nos nove primeiros meses de 2011 as perdas chegaram a US$ 982 milhões.
Entre os maiores credores da American Airlines estão a Wilmington Trust and Manufacturers and Trust Company. A empresa está sendo assessorada pelo banco de investimento Rothschild e os escritórios de advocacia Weil, Gotshal & Manges, Paul Hastings, Debevoise & Plipton e pelo Groom Law Group.


Empresa opera em 50 países


A decisão vem acompanhada de uma mudança na direção da AMR e da American Airlines, que serão comandadas por Thomas W.Horton no lugar de Gerard Arpey.
A American Airlines atende a 260 aeroportos em mais de 50 países, com 3,3 mil voos diários. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, a companhia reportou prejuízo líquido de US$ 884 milhões. No mesmo período de 2010, as perdas foram de US$ 373 milhões. A empresa era a única entre as maiores companhias aéreas dos EUA que não havia pedido recuperação judicial na última década.

Os principais concorrentes da AMR, Ual Corp e Delta Air Lines, já usaram processos de recuperação judicial para reduzir custos e, desde então, chegaram a fazer aquisições de outras empresas.
Em outubro, a companhia aérea informou que estava sendo prejudicada pelos elevados preços de combustíveis, que aumentaram em 40% os custos da empresa no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.

— Pretendemos iniciar novas negociações com os sindicatos para reduzir os custos trabalhistas a níveis competitivos — disse Horton.
Negociações trabalhistas da American Airlines com pilotos de aeronaves já duram cinco anos e uma sequência de aposentadorias em outubro motivou especulações de que a empresa estava perto de declarar falência.
Alguns analistas avaliam que pilotos apressaram suas aposentadorias neste momento para garantir o pagamento das pensões antes de uma falência da empresa.

O processo de recuperação judicial corre no Tribunal de Nova York e a empresa é auxiliada pelo escritório Weil, Gotshal & Manges.

O Globo
 
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