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Vale e Azevedo justifica pedido de extradição com 'razões políticas e pessoais'

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Vale e Azevedo justifica pedido de extradição com 'razões políticas e pessoais'

João Vale e Azevedo considerou que o pedido de extradição para Portugal, que será decidido a 26 de Janeiro no Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres, resulta de «razões políticas e pessoais» devido à denúncia da corrupção no futebol.

Em declaração entregue na audiência de 1 de Dezembro no tribunal britânico de primeira instância, Vale e Azevedo sustentou que as razões por que as autoridades portuguesas o «perseguem de forma tão resoluta prendem-se com direitos televisivos no futebol».

«Depois de ser eleito presidente do Benfica, apercebi-me de que os direitos ligados à transmissão televisiva dos jogos de futebol eram contratados através de um monopólio conhecido por Olivedesportos. Em benefício do Benfica, iniciei procedimentos legais para acabar com o acordo», salientou.

No documento a que a agência Lusa teve hoje acesso, o presidente do Benfica de 3 de Novembro de 1997 a 31 de Outubro de 2000 referiu que denunciou «a corrupção existente no futebol português a todos os níveis» e a «promiscuidade existente entre políticos, juízes e empresários do mundo do futebol».

As posições assumidas «contra todos nestes assuntos sensíveis e controversos» resultaram «numa hostilidade substancial das instituições que se movimentam no mundo do futebol».

Vale e Azevedo, retido em Londres sob termo de identidade e residência e com o passaporte confiscado, advogou ainda que houve «igual hostilidade por parte dos políticos» e «no mundo judicial».

«Existiam apenas duas formas de me silenciarem: matando-me ou através de uma campanha difamatória, suportada num sem fim de processos, que visam destruir o meu carácter, a minha reputação e a capacidade para trabalhar e auferir rendimento», sublinhou.

A 11 de Junho de 2008 foi emitido o primeiro mandado de detenção europeu, que Vale e Azevedo entendeu ser «um mistério» porque tinha como fundamento «uma pena que não fora calculada», uma vez que, recordou, estava ainda por decidir o cúmulo jurídico.

Acusou ainda o juiz Renato Barroso, que assinou o mandado, de ter «ignorado» o cumprimento do período de prisão de três anos, metade do cúmulo jurídico nos processos Ovchinnikov e Euroárea, «bem como o tempo em prisão preventiva».

Na declaração para o Tribunal de Magistrados de Westminster, o advogado de profissão, suspenso por 10 anos, referiu ainda que Renato Barroso estava ligado ao FC Porto e «era opositor desde há muitos anos devido à intensa rivalidade entre Benfica e FC Porto».

«Alguns dias mais tarde, o juiz foi fotografado pelos meios de Comunicação Social portugueses ao lado do presidente do FC Porto como seu convidado especial», revelou o ex-presidente do Benfica, que interpretou o facto como «uma recompensa pela emissão do mandado».

O pedido de extradição em apreciação baseia-se em segundo mandado de detenção emitido a 9 de Junho de 2011, depois de fixado o cúmulo jurídico em cinco anos e meio, a 25 de Maio de 2009 no âmbito dos casos Ovchinnikov/Euroárea (seis anos de prisão em cúmulo), Dantas da Cunha (sete anos e seis meses) e Ribafria (cinco anos).


Lusa/SOL
 
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