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Joãozinho trinta morre aos 78 anos

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RoterTeufel

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Maior vencedor da história do Carnaval do Rio de Janeiro
Joãozinho trinta morre aos 78 anos

O carnavalesco Joãozinho Trinta, o maior vencedor de desfiles de escolas de samba do Rio de Janeiro e o génio que transformou o Carnaval da capital carioca num dos maiores espectáculos do mundo, morreu na manhã deste sábado em São Luís, capital do estado do Maranhão, onde nasceu. Joãozinho, que completou 78 anos no passado dia 23 de Novembro e há vários anos enfrentava graves problemas de saúde, estava internado no Hospital UDI, na capital maranhense, desde o passado dia 3.

Tendo começado a trabalhar como escriturário em São Luis, Joãozinho Trinta sempre sonhou com outra carreira, com as artes, o show e, por isso, em 1951 mudou-se para o Rio de Janeiro e estudou dança clássica. Depois de montar vários espectáculos de obras clássicas, ele descobriu a sua verdadeira vocação ao entrar para o mundo do Carnaval, na escola de samba Salgueiro, e, como carnavalesco assistente mas já imprimindo a sua marca de criatividade e ousadia, foi campeão em 1965, 1969 e 1971.

Em 1974 assumiu como carnavalesco principal do Salgueiro e não deixou por menos, sendo campeão nesse ano e no seguinte.

Em 1976, Joãozinho Trinta mudou para a escola de samba Beija-Flor, onde conheceu o auge da sua carreira e comandou desfiles históricos, que lhe deram títulos, fama mundial e o reconhecimento de quem vive no mundo do samba e do Carnaval, passando a ser chamado por “Génio” e “Mestre”. O sucesso na Beija-Flor foi retumbante, e o apaixonado Joãozinho Trinta foi tri-campeão pela escola logo a partir da estreia, vencendo os desfiles dos carnavais de 1976, 1977 e 1978, e ainda os de 1980 e 1983, conseguindo vários segundos lugares em outros anos.

Num desses, em 1989, provocou uma enorme polémica ao levar para a Avenida Sapucaí, onde decorrem os desfiles cariocas, uma enorme imagem de Jesus Cristo rodeada de mendigos e lixo. A Igreja Católica recorreu à justiça e proibiu a exibição da imagem, mas Joãozinho, mostrando a sua criatividade e ousadia, apesar de ter coberto a escultura com plástico preto por ordem da justiça, escreveu sobre ele em letras garrafais “mesmo proibido, olhai por nós”.

Joãozinho ainda passou por outras escolas, como a Viradouro, pela qual foi campeão em 1997, Grande Rio e Académicos da Rocinha, entre outras, tendo conquistado igualmente títulos por escolas do grupo de acesso, a segunda divisão do Carnaval carioca.

Em 2001 voltou a causar furor na avenida, ao fazer um homem voar sobre o desfile e anos depois vooltou a inovar, sendo o primeiro carnavalesco a aceitar merchandising nos seus desfiles, pagando as luxuosas fantasias e a tecnologia com dinheiro dado por empresas que associavam os seus nomes aos enredos. Já muito doente, depois de derrames, ainda encontrou forças para criar desfiles de Carnaval em pequenas cidades que não os tinham, nomeadamente em Cavalcante, no estado de Goiás, e nunca perdeu a alegria e a imensa vontade de viver e inovar. Foi um exemplo e vai deixar saudade.


C.da Manha
 
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