delfimsilva
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Leões marcam mais e quebraram tendência de sofrimento e ansiedade. Adeptos voltaram a ter tempo para respirar durante o jogo.
V. Guimarães-Sporting, época 2009/2010, 27 de Outubro de 2009. O treinador é Paulo Bento e, depois de 83 minutos de sofrimento, Matías Fernández marca e deixa os leões em vantagem. Seria motivo para festejar mas o drama estava para acontecer, com o empate de Rui Miguel no terceiro minuto dos descontos. Foi falta de sorte, talvez. V. Guimarães-Sporting, época 2010/2011, 3 de Abril de 2011. O chileno volta a estar em destaque e marca de penálti aos 24 minutos. José Couceiro é o treinador e todos os pontos são importantes na luta pelo terceiro lugar. Mais uma vez, a vantagem fica--se por um golo e desaparece no terceiro minuto dos descontos (déjà-vu?), através de João Paulo. Falta de sorte? Outra vez? Talvez.
É impossível afastar momentos de sorte e azar de um jogo de futebol, mas a postura em campo e a qualidade ajuda a minimizar os riscos. Em Alvalade, as últimas duas épocas foram desastrosas e os adeptos habituaram-se a ver os jogos com o coração nas mãos. Em 46 vitórias acumuladas nos dois anos, 27 foram pela margem mínima. Em 27 jogos, os três pontos estiveram em risco até ao minuto final do árbitro. Um ressalto, um erro defensivo, um lance de génio ou um remate de longe do adversário era o suficiente para estragar tudo. A solução é sempre a mesma: marcar mais.
Domingos veio marcar uma ruptura com o passado. A ditadura das vitórias tangenciais (nos últimos seis anos, quatro tiveram pelo menos metade dos triunfos pela margem mínima) está a cair. E quase a fazer lembrar os melhores registos dos últimos dez anos, que pertencem ao Sporting de Bölöni em 2001/2002 (34,4%) e ao de José Peseiro em 2004/2005 (34,5%).
Os adeptos agradecem a nova tendência. Passaram de um futebol de sofrimento e calculista para um futebol com uma dinâmica ofensiva, onde os golos surgem com maior naturalidade. Os últimos minutos deixaram de ser um “ai, Jesus” e tornaram-se momentos ambiciosos, em que se esperam mais golos e oportunidades para os mais jovens poderem brilhar. Como Arías, por exemplo.
Sofrimento Outro momento que distingue a versão Domingos do Sporting das anteriores é a capacidade de sofrimento e o resultado prático. A maior parte das vezes os adeptos sofrem mas sentem que o apito final será mesmo uma recompensa.
Das seis vitórias pela margem mínima, duas foram a jogar com dez (em Guimarães após o vermelho a Rinaudo e em Alvalade com a Lazio após a expulsão de Insúa).
Marcar primeiro também é um excelente sinal para o jogo. Exceptuando o desgosto frente ao Marítimo, em que os leões não só estiveram a ganhar como o golo da derrota foi nos descontos, o Sporting não mais se deixou surpreender. Marcar primeiro é mesmo, desde então, sinónimo de vitória. Em contrapartida, falta capacidade para reagir após sofrer um golo primeiro. Há uma excepção, como sempre, na recuperação em Paços de Ferreira, depois de uma desvantagem de 0-2, mas foi o único momento em que uma derrota se transformou numa vitória. De resto, nos cinco jogos em que o adversário se adiantou no marcador, o saldo é desmoralizador: dois empates (em casa com o Olhanense e fora com a Académica) e três derrotas (na Roménia com o Vaslui, na Luz com o Benfica e em Itália com a Roma). Esse será também um desafio para a segunda metade: aprender a reagir à adversidade.
lusa
V. Guimarães-Sporting, época 2009/2010, 27 de Outubro de 2009. O treinador é Paulo Bento e, depois de 83 minutos de sofrimento, Matías Fernández marca e deixa os leões em vantagem. Seria motivo para festejar mas o drama estava para acontecer, com o empate de Rui Miguel no terceiro minuto dos descontos. Foi falta de sorte, talvez. V. Guimarães-Sporting, época 2010/2011, 3 de Abril de 2011. O chileno volta a estar em destaque e marca de penálti aos 24 minutos. José Couceiro é o treinador e todos os pontos são importantes na luta pelo terceiro lugar. Mais uma vez, a vantagem fica--se por um golo e desaparece no terceiro minuto dos descontos (déjà-vu?), através de João Paulo. Falta de sorte? Outra vez? Talvez.
É impossível afastar momentos de sorte e azar de um jogo de futebol, mas a postura em campo e a qualidade ajuda a minimizar os riscos. Em Alvalade, as últimas duas épocas foram desastrosas e os adeptos habituaram-se a ver os jogos com o coração nas mãos. Em 46 vitórias acumuladas nos dois anos, 27 foram pela margem mínima. Em 27 jogos, os três pontos estiveram em risco até ao minuto final do árbitro. Um ressalto, um erro defensivo, um lance de génio ou um remate de longe do adversário era o suficiente para estragar tudo. A solução é sempre a mesma: marcar mais.
Domingos veio marcar uma ruptura com o passado. A ditadura das vitórias tangenciais (nos últimos seis anos, quatro tiveram pelo menos metade dos triunfos pela margem mínima) está a cair. E quase a fazer lembrar os melhores registos dos últimos dez anos, que pertencem ao Sporting de Bölöni em 2001/2002 (34,4%) e ao de José Peseiro em 2004/2005 (34,5%).
Os adeptos agradecem a nova tendência. Passaram de um futebol de sofrimento e calculista para um futebol com uma dinâmica ofensiva, onde os golos surgem com maior naturalidade. Os últimos minutos deixaram de ser um “ai, Jesus” e tornaram-se momentos ambiciosos, em que se esperam mais golos e oportunidades para os mais jovens poderem brilhar. Como Arías, por exemplo.
Sofrimento Outro momento que distingue a versão Domingos do Sporting das anteriores é a capacidade de sofrimento e o resultado prático. A maior parte das vezes os adeptos sofrem mas sentem que o apito final será mesmo uma recompensa.
Das seis vitórias pela margem mínima, duas foram a jogar com dez (em Guimarães após o vermelho a Rinaudo e em Alvalade com a Lazio após a expulsão de Insúa).
Marcar primeiro também é um excelente sinal para o jogo. Exceptuando o desgosto frente ao Marítimo, em que os leões não só estiveram a ganhar como o golo da derrota foi nos descontos, o Sporting não mais se deixou surpreender. Marcar primeiro é mesmo, desde então, sinónimo de vitória. Em contrapartida, falta capacidade para reagir após sofrer um golo primeiro. Há uma excepção, como sempre, na recuperação em Paços de Ferreira, depois de uma desvantagem de 0-2, mas foi o único momento em que uma derrota se transformou numa vitória. De resto, nos cinco jogos em que o adversário se adiantou no marcador, o saldo é desmoralizador: dois empates (em casa com o Olhanense e fora com a Académica) e três derrotas (na Roménia com o Vaslui, na Luz com o Benfica e em Itália com a Roma). Esse será também um desafio para a segunda metade: aprender a reagir à adversidade.
lusa
