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Abriu-se uma nesga na cortina de ferro que a imprensa turca lançou sobre o Besiktas praticamente desde o início da época. Assunto tabu em Istambul, a verdade é que a A BOLA sabe que o clube onde atuam meia dúzia de internacionais portugueses (Simão, Ricardo Quaresma, Manuel Fernandes, Hugo Almeida, Bebé e Júlio Alves) está em incumprimento salarial. E há já vários meses.
Coincidência ou talvez não, Ricardo Quaresma, que está em Portugal a tratar uma lesão muscular – lesionou-se, a 8 de dezembro, no reduto do Samsunspor, tendo sido substituído ao intervalo - ainda não se apresentou ao serviço, apesar de o tempo de recuperação previsto ter sido de três a quatro semanas. A verdade é que já vai na quinta e estrela da Liga turca continua em Lisboa, embora já em condições de preparar o regresso à competição. Esta demora poderá estar relacionada com o ambiente de mal-estar que se instalou no grupo, devido aos sucessivos atrasos nos pagamentos, atrasos esses que se cifram em vários meses, sem que a direção do clube, até ao momento, revelasse a intenção firme de encontrar uma solução para o problema.
Apontado como o mentor de uma rebelião no seio do plantel que culminaria numa reunião entre todos os jogadores orientados por Carlos Carvalhal – nesse dia, o treino do Besiktas iniciou-se com uma hora de atraso -, acusação que posteriormente seria desmentida pelo próprio clube, é provável que Ricardo Quaresma, sentindo-se de alguma forma injustiçado pelo tratamento agreste por parte da Imprensa de Istambul, e não vendo ao fundo do túnel a cor do dinheiro que lhe é devido, talvez não se sinta motivado para apressar o regresso ao clube onde é idolatrado pelos adeptos e mal compreendido pelos jornalistas.
" A BOLA"