• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Somália: Piratas 'roubam aos ricos para dar aos pobres'

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,984
Gostos Recebidos
345
Somália: Piratas 'roubam aos ricos para dar aos pobres'


Um relatório divulgado por um think thank britânico avança que os piratas somalis - responsáveis pelo rapto de petroleiros, cargueiros e iates multimilionários que navegam ao largo do ***** de África - são afinal uma espécie de Robin dos Bosques, que roubam aos ricos (estrangeiros) para dar aos pobres (o seu povo).

Desde o início da guerra civil no país, na década de 90, que a pirataria na costa da Somália preocupa a comunidade internacional: vidas que se perdem, recursos que são roubados e meios militares que têm de ser disponibilizados para proteger os interesses internacionais numa região por onde navega 10% do comércio mundial, através do estreito de Aden.

Estes são os receios publicitados pelos media de todo o mundo. No entanto, foi agora divulgado um relatório, da autoria de Anja Shortland da Universidade de Brunel, na Grã-Bretanha, que apresenta dados que trazem alguma luz à tese aceite pelo público.

O relatório da investigadora – Tesouro mapeado: utilizando imagens de satélite para rastrear os efeitos da pirataria somali no desenvolvimento – tem a chancela do Chatman Institute, um think thank britânico «independente para as relações internacionais».

A autora procurou, através da análise das emissões de luz nocturna e de imagens de satélite determinar os efeitos da pirataria no desenvolvimento económico e perceber quais os grupos que estão a beneficiar do mesmo.

Descobriu que os piratas «estão a investir o seu dinheiro nas grandes cidades de Garowe e Bosasso, em vez de o fazerem nas comunidades costeiras onde se situa a actividade da pirataria» e concluiu que, dessa forma, a estratégia internacional para eradicar a pirataria pode prejudicar seriamente o desenvolvimento local».

Anja Shortland avisa que «há efeitos positivos na pirataria» e que estão espalhados pelo país.

Uma reportagem menos recente da BBC dava conta de que os piratas são jovens somalis, entre os 20 e os 35 anos de idade, são pescadores, que deixaram de ter o que pescar devido ao tráfego marítimo, homens que pertenceram às milícias das diferentes tribos e especialistas em equipamentos e alta tecnologia marítima.

Em alguma medida esse trabalho jornalístico aponta na mesma direcção da investigação de Shortland ao citar habitantes que apreciam o efeito «rejuvenescedor» do dinheiro dos piratas que fomenta o comércio e as trocas.

No entanto, a mesma reportagem mostra o outro lado da moeda e retrata jovens que esbanjam dinheiro fácil em armas, carros e casas, que são viciados em álcool e em drogas e que assustam os habitantes locais.


SOL
 
Topo