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Rei Ghob recusou 'assinar' os seus crimes
O especialista em psicologia forense Carlos Poiares defendeu hoje que Francisco Leitão, conhecido como ‘Rei Ghob’, não quis deixar a sua assinatura nos quatro homicídios pelos quais está a ser julgado no Tribunal de Torres Vedras.
Na opinião do especialista em psicologia forense, as cruzes assinaladas nalgumas mensagens de telemóvel e outras anotações alegadamente escritas pelo arguido e entregues aos familiares das vítimas não são suficientes para afirmar que Francisco Leitão quis “deixar a marca de que uma série de crimes são da sua autoria”.
“O sujeito nunca confessou os crimes e a assinatura costuma surgir quando pretende deixar a marca de que uma série de crimes são da sua autoria”, explicou Carlos Poiares, confrontado com a marcação de cruzes em provas existentes no processo.
O especialista em psicologia forense e director da Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona afastou assim a hipótese de as cruzes funcionarem como uma marca típica de um alegado psicopata, o género de criminosos que têm por hábito deixar a sua ‘assinatura’ nos crimes que comete.
A negação dos crimes imputados, disse, “poderá ser inconsistente com esta hipótese”, o que poderá explicar também o facto de Francisco Leitão ter negado os crimes à Polícia Judiciária e ao juiz de instrução criminal, aquando dos interrogatórios efectuados após a sua detenção, a 20 de Julho de 2010.
Contudo, a perícia psiquiatria efectuada ao arguido concluiu existirem “traços psicopáticos” associados à sua personalidade, apesar de os psiquiatras virem a considerar que se trata de uma pessoa “imputável”.
Para Carlos Poiares, que durante anos chegou a colaborar com a Polícia Judiciária, as cruzes alegadamente assinaladas pelo arguido “poderão resultar de uma obsessão que o tenha levado a assinalar as tarefas concluídas ou a efectuar” ou “poderão representar uma mensagem associada à ideia de morte”.
Durante o julgamento, o marido de Tânia Ramos e a mãe de Ivo Delgado, vítimas desaparecidas a 5 de Junho e 26 de Junho de 2008, respectivamente, referiram em tribunal que receberam mensagens escritas de telemóvel (sms), nas quais a seguir a cada palavra escrita apareceria uma cruz.
Também a mãe de Joana Correia, a última das alegadas vítimas de ‘Rei Ghob’ (desaparecida a 3 de Março de 2010), explicou em tribunal que, aquando de uma deslocação de Leitão a sua casa após o desaparecimento da menor, de quem era amigo, o arguido pediu um papel para fazer anotações, tendo assinalado também uma cruz.
Francisco Leitão está a ser julgado no Tribunal de Torres Vedras pelo homicídio dos três jovens e ainda de um idoso sem-abrigo, em 1995.
No caso dos três primeiros, terá enviado ‘sms’ em nome das vítimas dos seus telemóveis aos respectivos familiares.
A próxima sessão do julgamento está agendada para segunda-feira.
Lusa / SOL
O especialista em psicologia forense Carlos Poiares defendeu hoje que Francisco Leitão, conhecido como ‘Rei Ghob’, não quis deixar a sua assinatura nos quatro homicídios pelos quais está a ser julgado no Tribunal de Torres Vedras.
Na opinião do especialista em psicologia forense, as cruzes assinaladas nalgumas mensagens de telemóvel e outras anotações alegadamente escritas pelo arguido e entregues aos familiares das vítimas não são suficientes para afirmar que Francisco Leitão quis “deixar a marca de que uma série de crimes são da sua autoria”.
“O sujeito nunca confessou os crimes e a assinatura costuma surgir quando pretende deixar a marca de que uma série de crimes são da sua autoria”, explicou Carlos Poiares, confrontado com a marcação de cruzes em provas existentes no processo.
O especialista em psicologia forense e director da Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona afastou assim a hipótese de as cruzes funcionarem como uma marca típica de um alegado psicopata, o género de criminosos que têm por hábito deixar a sua ‘assinatura’ nos crimes que comete.
A negação dos crimes imputados, disse, “poderá ser inconsistente com esta hipótese”, o que poderá explicar também o facto de Francisco Leitão ter negado os crimes à Polícia Judiciária e ao juiz de instrução criminal, aquando dos interrogatórios efectuados após a sua detenção, a 20 de Julho de 2010.
Contudo, a perícia psiquiatria efectuada ao arguido concluiu existirem “traços psicopáticos” associados à sua personalidade, apesar de os psiquiatras virem a considerar que se trata de uma pessoa “imputável”.
Para Carlos Poiares, que durante anos chegou a colaborar com a Polícia Judiciária, as cruzes alegadamente assinaladas pelo arguido “poderão resultar de uma obsessão que o tenha levado a assinalar as tarefas concluídas ou a efectuar” ou “poderão representar uma mensagem associada à ideia de morte”.
Durante o julgamento, o marido de Tânia Ramos e a mãe de Ivo Delgado, vítimas desaparecidas a 5 de Junho e 26 de Junho de 2008, respectivamente, referiram em tribunal que receberam mensagens escritas de telemóvel (sms), nas quais a seguir a cada palavra escrita apareceria uma cruz.
Também a mãe de Joana Correia, a última das alegadas vítimas de ‘Rei Ghob’ (desaparecida a 3 de Março de 2010), explicou em tribunal que, aquando de uma deslocação de Leitão a sua casa após o desaparecimento da menor, de quem era amigo, o arguido pediu um papel para fazer anotações, tendo assinalado também uma cruz.
Francisco Leitão está a ser julgado no Tribunal de Torres Vedras pelo homicídio dos três jovens e ainda de um idoso sem-abrigo, em 1995.
No caso dos três primeiros, terá enviado ‘sms’ em nome das vítimas dos seus telemóveis aos respectivos familiares.
A próxima sessão do julgamento está agendada para segunda-feira.
Lusa / SOL