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Jerónimo diz que é 'muito difícil' Cavaco 'justificar o injustificável'

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Jerónimo diz que é 'muito difícil' Cavaco 'justificar o injustificável'

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou hoje «muito difícil para não dizer impossível» que os esclarecimentos prestados pelo Presidente da República sobre as declarações que proferiu acerca das suas pensões justifiquem «aquilo que é injustificável».

«É muito difícil para não dizer impossível [Cavaco Silva] justificar aquilo que é injustificável e aquilo que provocou um sentimento de indignação geral», disse o líder comunista, à margem de um encontro com militantes no Funchal sobre o serviço público e as privatizações.

«Ouvir o Presidente da República dizer que aquilo que disse será uma 'gaffe', com certeza, mas marcou profundamente esse sentimento de indignação geral e, por isso, é muito difícil justificar o injustificável», insistiu.

Num esclarecimento enviado segunda-feira à Lusa, o Presidente da República esclareceu que, com as declarações que proferiu sobre as suas pensões, apenas quis ilustrar que acompanha a situação dos portugueses que atravessam dificuldades, não tendo sido seu propósito eximir-se dos sacrifícios.

«Não foi obviamente meu propósito eximir-me aos sacrifícios que os portugueses estão a fazer nos dias de hoje, tendo mesmo insistido que o meu caso pessoal não estava em questão», refere o chefe de Estado numa declaração escrita à Lusa, em resposta às questões colocadas sobre as declarações que proferiu na sexta-feira acerca das suas pensões.

Reconhecendo que, face à questão que lhe tem «sido colocada insistentemente» sobre as pensões que aufere, não terá sido «suficientemente claro quanto à intenção do que queria transmitir», Cavaco Silva esclarece que a sua intenção foi ilustrar, com o seu próprio exemplo, que acompanha a situação dos portugueses que atravessam dificuldades.

Na sexta-feira, durante uma visita ao Porto, Cavaco Silva foi questionado pelos jornalistas sobre o facto de poder receber subsídio de férias e de Natal pelo Banco de Portugal, tendo explicado que, «tudo somado» - o que vai receber do Fundo de Pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações - «quase de certeza que não vai chegar para pagar» as despesas, recordando que não recebe «vencimento como Presidente da República».

No Funchal, Jerónimo de Sousa afirmou ainda que o programa de assistência financeira à Madeira não deve «impedir o crescimento, o desenvolvimento económico e a justiça social» na Região.

«Vimos sacudir esta ideia que o povo madeirense vai ter que pagar os desmandos do jardinismo, nós consideramos que, mesmo num quadro de negociação, não se deve procurar impedir o crescimento, o desenvolvimento económico e a justiça social», referiu à margem de um encontro com militantes no Funchal sobre o serviço público e as privatizações.

Para o dirigente comunista, a negociação entre os governos Regional e da República para o equilíbrio financeiro da Madeira «tem de ter em conta não uma perspectiva apenas de sacrifício para o povo madeirense mas procurar, de uma forma articulada, vencer este problema com o equilíbrio necessário de ajuste das contas públicas mas, simultaneamente, ter em conta os interesses da população madeirense e da Região e não o alastramento das injustiças, da pobreza e do desemprego».

Para Jerónimo de Sousa, as dificuldades em alcançar um acordo que se arrasta desde Novembro de 2011 «são uma espécie de faz de conta porque Jardim (...) está disposto a assinar de cruz aquilo que a 'troika' e o Governo central decidiram».

«Há uma linha de penalizar ainda mais e duramente a população madeirense sem nenhuma responsabilização do principal responsável, estes desmandos do jardinismo, esta política de favorecimento de clientelas minando perspectivas de crescimento e de desenvolvimento têm responsáveis concretos e o que o Governo central está a tentar fazer, com a cumplicidade deste Governo regional, é pôr a pagar quem não tem culpa», alertou.

O secretário-geral mantém esta tarde contactos com entidades ligadas à saúde e termina a jornada na Madeira com uma conferência de imprensa.


Lusa/SOL
 
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