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Dezenas de 'indignados' com Cavaco juntaram-se para lhe dar 'uma moedinha'

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Dezenas de 'indignados' com Cavaco juntaram-se para lhe dar 'uma moedinha'


Dezenas de pessoas concentraram-se hoje frente ao Palácio de Belém, «indignados» com as declarações do Presidente da República sobre as suas pensões, deixando «uma moedinha» para «ajudar» o chefe de Estado a pagar as despesas.

O protesto, que às 17h30 já juntava dezenas de pessoas no passeio em frente do Palácio de Belém, culminou com uma tentativa frustrada por parte dos manifestantes de entregar ao chefe de Estado as moedas recolhidas num pano preto.

«A esmola fica à porta», gritaram os manifestantes, depois de terem sido impedidos de entrar no Palácio de Belém.

Antes dessa tentativa, os «indignados» estiveram durante cerca de 40 minutos concentrados no passeio em frente ao Palácio de Belém, ‘vigiados' por quase duas dezenas de polícias, que impediam as pessoas de saírem do passeio.

Misturados com os muitos jornalistas presentes, os manifestantes de todas as idades iam conversando entre si, num protesto sempre pacífico.

«Vim deixar uma palavra de indignação», disse à Lusa Marco Marques, de 28 anos, argumentando que «ficou muito mal» ao Presidente da República, «um dos padrinhos da austeridade», ter tentado colocar-se «no papel do coitadinho».

«Há milhares de pessoas em situação precária ou com baixas reformas.

O Presidente ofendeu essas pessoas quando disse que não tem dinheiro para pagar essas contas quando recebe mais de 10 mil euros por mês», acrescentou.

Igualmente crítica, Rosa Maria Batista, de 58 anos, justificou a sua participação no protesto com o «ridículo» das declarações do chefe de Estado.

«Foi uma declaração tão ridícula que as pessoas têm de reagir», afirmou, enquanto contribuía «com uma moedinha» para «ajudar o Presidente».

Às moedas, a maioria de cinco cêntimos, que se foram juntando num pano preto colocado no chão, juntaram-se ainda um pacote de cereais vazio e uma embalagem pequena de leite.

«As declarações do Presidente foram perfeitamente inadmissíveis», desabafava um reformado «muito mais velho» que Cavaco Silva e que apenas se quis identificar com o apelido Pinheiro.

Entre os manifestantes havia também alguns cartazes, onde se podiam ler frases como «Nem pastéis de nata, nem pastéis em Belém» ou «Portugal património da austeridade».

A concentração, que pretendia ser uma flash mob (mobilização espontânea), foi convocada através da internet e teve como promotores os blogues Arrastão e Jugular, além de Paulo Querido, a nível individual.

O Presidente da República disse na sexta-feira no Porto que aquilo que vai receber como reformas «quase de certeza que não chegará para pagar» as suas despesas, valendo-lhe as poupanças que fez, com a mulher, ao longo da vida.

Na segunda-feira, numa declaração à Agência Lusa, o chefe de Estado esclareceu que, com as declarações que proferiu sobre as suas pensões, apenas quis ilustrar que acompanha a situação dos portugueses que atravessam dificuldades, não tendo sido seu propósito eximir-se dos sacrifícios.

«Não foi obviamente meu propósito eximir-me aos sacrifícios que os portugueses estão a fazer nos dias de hoje, tendo mesmo insistido que o meu caso pessoal não estava em questão», referiu.



Lusa / SOL
 
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