Matapitosboss
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Analistas não encontram grandes justificações para o recente desempenho das acções da operadora. Ainda assim, o corte de dividendos pode ser um dos motivos que empurrou os títulos para mínimos de 2002, se forem excluídos os dividendos atribuídos.
A cada dia que passa, a Portugal Telecom continua a renovar mínimos de mais de nove anos em bolsa. Haverá uma grande justificação que explique a desvalorização de 12,5% desde o início do ano?
“Não vejo nada de novo nem nada de particularmente negativo que não se soubesse há três meses”, declarou um analista do mercado ao Negócios, que pediu anonimato. Desde os últimos resultados, não foi avançada nenhuma notícia negativa. E a reestruturação societária da Oi, que já se sabia que estava atrasada, parece ter espaço para andar com a marcação da assembleia-geral, explica.
Então, o que poderá explicar este desempenho negativo que levou ainda hoje os títulos da Portugal Telecom aos 3,852 euros, o valor mais baixo desde 1 de Outubro de 2002, excluindo os dividendos?
“Desconto muito agressivo”
A perspectiva de que os dividendos atribuídos aos accionistas sejam cortados é uma razão para o desempenho negativo dos últimos dias, admite o mesmo analista.
A casa de investimento Bernstein Research apontou, na semana passada, para um corte de dividendos na PT, o que a fez reduzir a recomendação e o preço-alvo para a cotada. Esse corte foi já empreendido por outras empresas do sector, como a Telefónica e a Telekom Áustria.
Portanto, a redução dos dividendos "é uma situação que o mercado também está a antecipar". Um corte de dividendos “poderia ser positivo”, explica o mesmo analista ao Negócios.
Um outro analista contactado, que pediu igualmente confidencialidade, considera que o valor da acção está já a descontar uma possível diminuição do preço do dividendo de 2012.
Este analista explica que, mesmo que o dividendo da operadora liderada por Zeinal Bava descesse para 0,50 euros (o que representaria uma redução de 23% face aos 0,65 euros atribuídos o ano passado), o “dividendo yield” – a taxa de rendibilidade que o dividendo consegue – iria ainda ser de 13%. É por essa razão que o analista defende que a actual cotação é um valor que “está muito, muito exagerado”. “É um desconto muito agressivo”, qualifica.
As acções da Portugal Telecom estão a recuar 2,59% para 2,868 euros. Os títulos já estiveram a cair 3% quando chegaram ao referido mínimo de 3,852 euros. Em 21 sessões em Janeiro, a PT subiu em 6 dias, caiu em 15.
O futuro
Que perspectivas para a acção? É a esta pergunta que os analistas não conseguem responder. Contudo, um dos analistas consultado pelo Negócios indica que há dois possíveis factores que podem desencadear uma subida da cotada.
Por um lado, a reestruturação na Oi pode aumentar a visibilidade do retorno no Brasil. Por outro lado, o fim das dúvidas sobre a viabilidade de Portugal e das suas empresas poderá impulsionar os títulos da empresa, que sofreu com corte de "rating" e redução de preços-alvo por parte de várias casas de investimento.
Fonte: Jornal de Negócios
A cada dia que passa, a Portugal Telecom continua a renovar mínimos de mais de nove anos em bolsa. Haverá uma grande justificação que explique a desvalorização de 12,5% desde o início do ano?
“Não vejo nada de novo nem nada de particularmente negativo que não se soubesse há três meses”, declarou um analista do mercado ao Negócios, que pediu anonimato. Desde os últimos resultados, não foi avançada nenhuma notícia negativa. E a reestruturação societária da Oi, que já se sabia que estava atrasada, parece ter espaço para andar com a marcação da assembleia-geral, explica.
Então, o que poderá explicar este desempenho negativo que levou ainda hoje os títulos da Portugal Telecom aos 3,852 euros, o valor mais baixo desde 1 de Outubro de 2002, excluindo os dividendos?
“Desconto muito agressivo”
A perspectiva de que os dividendos atribuídos aos accionistas sejam cortados é uma razão para o desempenho negativo dos últimos dias, admite o mesmo analista.
A casa de investimento Bernstein Research apontou, na semana passada, para um corte de dividendos na PT, o que a fez reduzir a recomendação e o preço-alvo para a cotada. Esse corte foi já empreendido por outras empresas do sector, como a Telefónica e a Telekom Áustria.
Portanto, a redução dos dividendos "é uma situação que o mercado também está a antecipar". Um corte de dividendos “poderia ser positivo”, explica o mesmo analista ao Negócios.
Um outro analista contactado, que pediu igualmente confidencialidade, considera que o valor da acção está já a descontar uma possível diminuição do preço do dividendo de 2012.
Este analista explica que, mesmo que o dividendo da operadora liderada por Zeinal Bava descesse para 0,50 euros (o que representaria uma redução de 23% face aos 0,65 euros atribuídos o ano passado), o “dividendo yield” – a taxa de rendibilidade que o dividendo consegue – iria ainda ser de 13%. É por essa razão que o analista defende que a actual cotação é um valor que “está muito, muito exagerado”. “É um desconto muito agressivo”, qualifica.
As acções da Portugal Telecom estão a recuar 2,59% para 2,868 euros. Os títulos já estiveram a cair 3% quando chegaram ao referido mínimo de 3,852 euros. Em 21 sessões em Janeiro, a PT subiu em 6 dias, caiu em 15.
O futuro
Que perspectivas para a acção? É a esta pergunta que os analistas não conseguem responder. Contudo, um dos analistas consultado pelo Negócios indica que há dois possíveis factores que podem desencadear uma subida da cotada.
Por um lado, a reestruturação na Oi pode aumentar a visibilidade do retorno no Brasil. Por outro lado, o fim das dúvidas sobre a viabilidade de Portugal e das suas empresas poderá impulsionar os títulos da empresa, que sofreu com corte de "rating" e redução de preços-alvo por parte de várias casas de investimento.
Fonte: Jornal de Negócios