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Às vezes, em alguns momentos, as pessoas são capazes de se sacrificar por um grupo, mesmo com prejuízo próprio. E mesmo que esse sacrifício não seja reconhecido, pareça um erro e conduza a um castigo.
O árbitro João Ferreira viveu um desses momentos em Agosto de 2011.
Como escrevi na altura, ao recusar apitar o Beira Mar-Sporting João Ferreira deu o passo correcto.
Ao fazê-lo, o árbitro chamou a atenção para um problema endémico em Portugal, o desrespeito pelo trabalho dos árbitros. O abuso é sistemático e nada se altera, ano após ano. O que se passou desde então mais não fez do que dar razão ao juiz. É o que eu penso.
Como não é um miúdo, João Ferreira deveria ter consciência de que tal acto lhe custaria um castigo. E também deveria saber que os árbitros seriam incapazes de se unir e aguentar firme.
Alguns árbitros têm muito a perder (uma carreira internacional, por exemplo). Outros muito a ganhar (ter uma carreira internacional, por exemplo). Queixam-se, às vezes, mas na verdade não pensam como classe.
E, de facto, talvez nem fosse justo pedir-lhes tamanho sacrifício.
Na verdade, os árbitros são o elo mais fraco da cadeia. Os dirigentes sabem-no. Os treinadores sabem-no. Os jogadores percebem-no. Os adeptos adoram que assim seja.
Na realidade, só a Liga manifesta alguma vontade de proteger a arbitragem. E tem feito trabalho nesse sentido. Mas, recordemo-nos, os regulamentos da Liga são votados pelos clubes. O que explica quase tudo.
O futebol em Portugal só mudará quando Federação e Liga tiverem a autoridade (nem que seja teórica) de uma entidade reguladora. Estamos muito longe disso.
O castigo aplicado a João Ferreira e a Paulo Baptista era previsível e está de acordo com os regulamentos. O problema não está em quem decide. O problema está, adivinhou, nos regulamentos. Feitos pelos clubes.
Dois árbitros manifestam-se contra a pressão, a insinuação e a falta de condições objectivas de tranquilidade para apitar e que lhes sucede? São suspensos.
Os dirigentes dizem o que querem. Os treinadores perdem e logo exclamam «vergonha», «desastre» e somam insinuações que provocam desgaste evidente na arbitragem. E desvalorizam a indústria. E safam-se, uns e outros, com multas de 250 euros. Quando acontece. É assim o nosso futebol.
" a bola"
O árbitro João Ferreira viveu um desses momentos em Agosto de 2011.
Como escrevi na altura, ao recusar apitar o Beira Mar-Sporting João Ferreira deu o passo correcto.
Ao fazê-lo, o árbitro chamou a atenção para um problema endémico em Portugal, o desrespeito pelo trabalho dos árbitros. O abuso é sistemático e nada se altera, ano após ano. O que se passou desde então mais não fez do que dar razão ao juiz. É o que eu penso.
Como não é um miúdo, João Ferreira deveria ter consciência de que tal acto lhe custaria um castigo. E também deveria saber que os árbitros seriam incapazes de se unir e aguentar firme.
Alguns árbitros têm muito a perder (uma carreira internacional, por exemplo). Outros muito a ganhar (ter uma carreira internacional, por exemplo). Queixam-se, às vezes, mas na verdade não pensam como classe.
E, de facto, talvez nem fosse justo pedir-lhes tamanho sacrifício.
Na verdade, os árbitros são o elo mais fraco da cadeia. Os dirigentes sabem-no. Os treinadores sabem-no. Os jogadores percebem-no. Os adeptos adoram que assim seja.
Na realidade, só a Liga manifesta alguma vontade de proteger a arbitragem. E tem feito trabalho nesse sentido. Mas, recordemo-nos, os regulamentos da Liga são votados pelos clubes. O que explica quase tudo.
O futebol em Portugal só mudará quando Federação e Liga tiverem a autoridade (nem que seja teórica) de uma entidade reguladora. Estamos muito longe disso.
O castigo aplicado a João Ferreira e a Paulo Baptista era previsível e está de acordo com os regulamentos. O problema não está em quem decide. O problema está, adivinhou, nos regulamentos. Feitos pelos clubes.
Dois árbitros manifestam-se contra a pressão, a insinuação e a falta de condições objectivas de tranquilidade para apitar e que lhes sucede? São suspensos.
Os dirigentes dizem o que querem. Os treinadores perdem e logo exclamam «vergonha», «desastre» e somam insinuações que provocam desgaste evidente na arbitragem. E desvalorizam a indústria. E safam-se, uns e outros, com multas de 250 euros. Quando acontece. É assim o nosso futebol.
" a bola"