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Egito – «Levei socos, mas também recebi muitos beijos. É por isso que estou aqui»

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Set 29, 2006
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Manuel José chegou esta manhã a Portugal acompanhado da mulher Eugénia e dos adjuntos Pedro Barny e Fidalgo Antunes. Para trás ficou momentaneamente o Egito, país que o idolatra e pelo qual ainda e sempre continua apaixonado. Foi essa mística, essa ligação que, diz o treinador, não sabe explicar que o salvou em Port Said.

«Quando tudo começou a acontecer fui a passo e acabei por ficar no meio das pessoas, que estavam em transe. Não consegui chegar ao balneário, levei socos pelas costas, mas também recebi muitos beijos. Tenho uma relação com o povo egípcio que não sei explicar, as pessoas gostam de mim. Foi isso, foi graças a essa relação que mantenho com todos os adeptos que estou aqui a falar convosco», declarou Manuel José à chegada ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto.

Para Manuel José é claro que o futebol no Egito está a ser politicamente instrumentalizado e que o se passou em Port Said parece ter sido delineado.

«Não temos prova de que aquilo foi organizado, mas que parece parece. Eles tinham um dístico em inglês, com letras garrafais escritas a verde, com a frase: hoje vocês vão morrer todos aqui. Aquilo não era para mim, para nós, com certeza. Eles sabiam que a imprensa internacional daria amplo destaque à situação. Eles estavam lá para matar as pessoas. O futebol está claramente a ser usado para fins políticos e tudo indica que isto foi orquestrado para matar os nossos adeptos. Havia um aparato policial incrível e ninguém fez nada. Percebi que as coisas iriam descambar numa batalha campal quando vi os nossos adeptos a fugirem bancada acima para fugirem às pedradas. Alguém fechou o portão de saída aos nossos adeptos e eles morreram esmagados...», recuperou o treinador os acontecimentos, ele que, tal como Pedro Barny, o seu braço direito, tem viagem de regresso ao Cairo marcada para o próximo dia 16.

«Vamos ver o desenvolvimento que a situação vai ter. Tenho jogadores que estão profundamente magoados, que querem deixar de jogar...Vamos deixar acalmar as coisas. O campeonato deve acabar, mas o futebol no país não pode parar, em homenagem aos que morreram», afirmou o treinador, garantindo que nunca se sentiu inseguro nas ruas do Cairo:

— Nunca senti essa insegurança. Os acontecimentos estão sempre circunscritos à Praça Tahrir. Ouve outra situação de tensão a 800 metros do hotel em que vido, entre cristãos e muçulmanos, por causa de uma igreja incendiada, mas apenas isso. Mas agora acontecem assaltos a bancos que nunca existiram e nas ruas que nunca houve. Porque a polícia desapareceu das ruas, ninguém protege as pessoas. Tenho uma relação fortíssima com o clube e com o país de que gosto. E o povo é generoso, simpático, não é um povo agressivo. De todos os povos dos países árabes que conheço o egípcio é o mais simpático.

" A BOLA"

 
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