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Mortalidade duplica na EN1 após fuga das SCUT
Um ano após a introdução de portagens nas primeiras SCUT, em Outubro de 2010, a sinistralidade já começou a dar sinais de agravamento nas vias secundárias.
O caso da Estrada Nacional (EN) 1 – que se tornou a via alternativa à A29 – é disso exemplo: entre Janeiro e Outubro do ano passado (últimos dados disponíveis da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária) já ali morreram 17 pessoas, o mesmo número de vítimas registado em todo o ano de 2009 e o dobro em relação a 2010.
Nestes dez meses, o número de condutores que sofreram ferimentos graves (41) já igualou o saldo global de 2010.
Para escapar aos custos das portagens, cada vez mais condutores optam por circular nas antigas nacionais.
«É preciso lembrar que só na A29 o tráfego caiu quase 60% e foi desviado em massa tanto para a nacional 1 (Lisboa-Porto) como para a nacional 109 (Gaia-Leiria)» – disse ao SOL Nuno Vieira, membro da Comissão de Utentes das SCUT do Norte.
Esta ‘fuga’, sublinha o porta-voz, pode fazer ressuscitar um cenário idêntico ao que se verificava antes da inauguração da A1 e da A29: «Estas ‘pseudo-alternativas’, que já eram vias altamente perigosas, não estão minimamente preparadas para receber este volume de tráfego.
O Governo sabe isso. Muitos troços estão sob a alçada de municípios sem verba para a manutenção».
Só a EN 1, segundo os últimos dados oficiais, acumulava em 2010 quatro pontos negros, um deles identificado já em 2008.
Nesta via, o trânsito intensificou-se de tal maneira nos últimos meses que circular a pé nalgumas zonas é arriscar a própria vida. Em Grijó (Gaia), têm aumentado os atropelamentos, alguns deles mortais.
«Quase todas as semanas alguém é atropelado. A estrada não tem passeios e as passadeiras são raras.
Há populações que têm de esperar minutos a fio para conseguir atravessar em segurança.
E muitos peões, mais impacientes, arriscam», refere Nuno Vieira, acrescentando que «agora até há residentes que têm de esperar minutos a fio para tirar o carro da garagem».
Acidentes com camiões aumentam
O fluxo crescente de camiões vem agravar este cenário. Logo a seguir aos ligeiros, sãos os pesados que provocam mais acidentes graves.
As estatísticas mostram que, entre 2010 e 2011, o número de camiões envolvidos em sinistros passou de 67 para 79.
Em contrapartida, o número de automóveis a causar desastres baixou de 536 para 409 neste período.
Mais a Sul, a cobrança de portagens na Via do Infante (A22) desde Dezembro também está a ‘entupir’ a já mortífera estrada nacional 125.
«Há muito mais tráfego de pesados, sobretudo no troço entre Loulé e Boliqueime», disse ao SOL uma fonte da GNR.
No entanto, para já a maioria dos acidentes não têm provocado mais do que «pequenos toques».
Nos últimos dois meses, a única variável que aumentou foi o número de feridos graves, que passou de quatro para seis, face ao período homólogo dos anos anteriores.
João Dias, engenheiro mecânico e investigador do Instituto Superior Técnico, prefere esperar mais tempo para tirar conclusões: «Esta é uma via perfeitamente paralela à A22, onde a sinistralidade já bate recordes.
É expectável, por isso, que os acidentes e os pontos negros aumentem muito».
SOL
Um ano após a introdução de portagens nas primeiras SCUT, em Outubro de 2010, a sinistralidade já começou a dar sinais de agravamento nas vias secundárias.
O caso da Estrada Nacional (EN) 1 – que se tornou a via alternativa à A29 – é disso exemplo: entre Janeiro e Outubro do ano passado (últimos dados disponíveis da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária) já ali morreram 17 pessoas, o mesmo número de vítimas registado em todo o ano de 2009 e o dobro em relação a 2010.
Nestes dez meses, o número de condutores que sofreram ferimentos graves (41) já igualou o saldo global de 2010.
Para escapar aos custos das portagens, cada vez mais condutores optam por circular nas antigas nacionais.
«É preciso lembrar que só na A29 o tráfego caiu quase 60% e foi desviado em massa tanto para a nacional 1 (Lisboa-Porto) como para a nacional 109 (Gaia-Leiria)» – disse ao SOL Nuno Vieira, membro da Comissão de Utentes das SCUT do Norte.
Esta ‘fuga’, sublinha o porta-voz, pode fazer ressuscitar um cenário idêntico ao que se verificava antes da inauguração da A1 e da A29: «Estas ‘pseudo-alternativas’, que já eram vias altamente perigosas, não estão minimamente preparadas para receber este volume de tráfego.
O Governo sabe isso. Muitos troços estão sob a alçada de municípios sem verba para a manutenção».
Só a EN 1, segundo os últimos dados oficiais, acumulava em 2010 quatro pontos negros, um deles identificado já em 2008.
Nesta via, o trânsito intensificou-se de tal maneira nos últimos meses que circular a pé nalgumas zonas é arriscar a própria vida. Em Grijó (Gaia), têm aumentado os atropelamentos, alguns deles mortais.
«Quase todas as semanas alguém é atropelado. A estrada não tem passeios e as passadeiras são raras.
Há populações que têm de esperar minutos a fio para conseguir atravessar em segurança.
E muitos peões, mais impacientes, arriscam», refere Nuno Vieira, acrescentando que «agora até há residentes que têm de esperar minutos a fio para tirar o carro da garagem».
Acidentes com camiões aumentam
O fluxo crescente de camiões vem agravar este cenário. Logo a seguir aos ligeiros, sãos os pesados que provocam mais acidentes graves.
As estatísticas mostram que, entre 2010 e 2011, o número de camiões envolvidos em sinistros passou de 67 para 79.
Em contrapartida, o número de automóveis a causar desastres baixou de 536 para 409 neste período.
Mais a Sul, a cobrança de portagens na Via do Infante (A22) desde Dezembro também está a ‘entupir’ a já mortífera estrada nacional 125.
«Há muito mais tráfego de pesados, sobretudo no troço entre Loulé e Boliqueime», disse ao SOL uma fonte da GNR.
No entanto, para já a maioria dos acidentes não têm provocado mais do que «pequenos toques».
Nos últimos dois meses, a única variável que aumentou foi o número de feridos graves, que passou de quatro para seis, face ao período homólogo dos anos anteriores.
João Dias, engenheiro mecânico e investigador do Instituto Superior Técnico, prefere esperar mais tempo para tirar conclusões: «Esta é uma via perfeitamente paralela à A22, onde a sinistralidade já bate recordes.
É expectável, por isso, que os acidentes e os pontos negros aumentem muito».
SOL