• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Portugal é dos países mais envelhecidos

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,984
Gostos Recebidos
345
Portugal é dos países mais envelhecidos


Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo e as medidas de incentivo à natalidade não têm funcionado até agora porque, defende a Associação Portuguesa de Demografia, ter filhos é uma decisão «privada do casal».

«Nós temos um problema de baixa fecundidade.

Portugal é um dos poucos países do mundo que continua ainda com uma tendência de declínio», lembrou a presidente da Associação Portuguesa de Demografia, Maria Filomena Mendes, que falava à Lusa na véspera da conferência 'Nascer em Portugal', promovida pelo Presidente da República.

Na década de 60, a taxa de natalidade bruta era praticamente o dobro da actual. Em 50 anos Portugal passou de mais de 200 mil nascimentos anuais para cerca de 100 mil.

Nos últimos anos verificou-se uma situação inédita no país: em 2007, 2009 e 2010 foram menos os que nasceram do que os que morreram.

Resultado: «Neste momento, somos um dos países mais envelhecidos do mundo», alertou.

Hoje, «a maioria das mulheres tem apenas um filho», sublinhou Filomena Mendes, referindo-se aos números que apontam para uma média de 1.3 filhos por mulher.

«A fecundidade de um país é o resultado de milhões de decisões tomadas na intimidade dos casais», defendeu Filomena Mendes.

A introdução no mercado dos métodos contraceptivos veio permitir programar a chegada do primeiro filho.

A pílula, por exemplo, surgiu há exactamente 50 anos em Portugal, mas nessa altura eram uma minoria as mulheres que a tomavam.

Hoje vendem-se cerca de oito milhões de embalagens por ano. Para a maioria dos casais portugueses, o nascimento dos filhos passou a ser planeado e, em muitos casos, adiado.

Filomena Mendes acredita que os portugueses estão entre os europeus que mais adiam o nascimento do primeiro filho porque existe um «adiamento da transição para a vida adulta»: «Em Portugal, os jovens saem tarde de casa dos pais, tentam prolongar ao máximo a escolaridade, entram mais tarde no mercado de trabalho», defendeu a especialista.

Na década de 60, era habitual as mulheres serem mães aos 25, mas hoje a maioria decide ter filhos entre os 30 e os 34 anos.

Para a presidente da Associação Portuguesa de Demografia não existem receitas mágicas para aumentar a fecundidade, até porque «múltiplas variáveis influenciam de maneira diferente os diferentes casais».

Certo é que as politicas nacionais de incentivo à natalidade «não têm resultado e a fecundidade continua a diminuir», alertou.

Já o presidente da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas (APFN), Ribeiro e Castro, acredita que o «desastre» da baixa fecundidade se deve precisamente às políticas governamentais:

«As famílias portuguesas têm vindo a ser sujeitas a uma política fortemente anti-natalista e é isso que justifica esses números. Têm havido lindos discursos, mas a prática tem sido precisamente oposta».

Ribeiro e Castro aponta o dedo a medidas «tão elementares» como a definição dos escalões de rendimentos em função do rendimento per capita. Lembra que para efeitos de abono de família os filhos contam como 0,5, ou seja, «para o Governo, as crianças tem metade do seu valor».

A medida «foi decidida pelo anterior Governo, que desvalorizou as crianças em 50%, e este Governo sancionou, porque já está no poder há vários meses e ainda não alterou esta disposição», criticou.

No IRS «a situação ainda é pior porque a dimensão das famílias e o número de filhos não servem para rigorosamente nada no cálculo das taxas. O Governo parte do princípio de que os filhos são uma extravagância e o mesmo acontece com o 'Passe Social Mais' e as taxas moderadoras».

Para Ribeiro e Castro, a «politica anti-natalista em Portugal tem sido muito mais dura do que a da China»: «A nossa taxa de natalidade é inferior à da China que, mesmo com a política de filho único, tem 1,6 e nós temos 1,3».


Lusa/SOL
 
Topo